Neste domingo (23), a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito em torno da morte do ator Jefferson Machado da Costa. Segundo informações do g1, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) indiciou três suspeitos pelo crime e encaminhou o inquérito ainda ontem à Justiça do RJ.
Ao veículo, a delegada Elen Souto, responsável pelo caso, confirmou que o mentor do crime foi o ex-produtor Bruno de Souza Rodrigues, preso no último dia 15 de junho. Ele deve responder por oito crimes.
“Bruno de Souza Rodrigues foi indiciado pelo cometimento de oito crimes: homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, estelionato tentado (por tentar vender o veículo e residência de Jefferson Machado), estelionato consumado por conseguir extrair da vítima R$ 25 mil após enganá-la prometendo vaga em uma novela, falsa identidade, invasão de computador/redes sociais, furto e maus-tratos de animais”, detalhou Souto.
Além de Bruno, Jeander Vinícius Braga também foi detido e acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e, ainda, maus-tratos aos animais. O terceiro envolvido, o pai de santo Jorge Augusto Barbosa Pereira, ainda está em liberdade, mas foi acusado de maus-tratos aos animais após oferecer seu centro espírita para esconder os cachorros do ator.
Na época do crime, os oito cachorros de Machado foram encaminhados para o espaço comandado por ele, no bairro Palmares (RJ), onde sofreram maus-tratos físicos e psicológicos, antes de serem abandonados na rua, explicou a Polícia Civil.
Souto deu novos detalhes sobre o envolvimento de Jorge em coletiva de imprensa, ontem (23), e explicou a acusação: “O Jorge Augusto forneceu e emprestou aos suspeitos o seu centro espírita, localizado no bairro dos Palmares, em Santa Cruz. Jorge estava presente no dia em que Bruno levou os cães para lá, onde eles ficaram por três dias num local pequeno, com a circulação prejudicada, de baixa higiene, gerando intenso sofrimento físico e psicológico aos animais”.
Sequência dos fatos
Jeff Machado foi considerado a “vítima perfeita” pelos criminosos, revelou a polícia, pois vivia em um lugar afastado e não tinha parentes que residiam no Rio de Janeiro. Os investigadores determinaram, ainda, que o sonho de Jeff em estrelar uma novela na Globo e se destacar no meio artístico foram usados por Bruno e Jeander como um meio de manipulação da vítima.
Bruno teria prometido a participação em uma novela da emissora em troca de dinheiro. Machado, por sua vez, pagou uma alta quantia (R$ 25 mil) sem perceber que estava sendo enganado. Quando se deu conta de que não poderia manter a mentira por mais tempo, Bruno então decidiu matá-lo.
Jeff, mais conhecido por seu trabalho na novela “Reis” da Record TV, foi assassinado em 23 de janeiro dentro de sua própria casa, em Guaratiba, no Rio de Janeiro. Entretanto, seus familiares só reportaram seu desaparecimento quatro dias depois, em 27 de janeiro. O corpo da vítima, por sua vez, só foi encontrado quatro meses depois, em 22 de maio, em um baú enterrado no quintal de uma casa alugada no nome dele, na Zona Oeste do Rio.
A investigação apontou que o responsável pelo transporte do cadáver foi Jeander Vinicius. Nos dias que sucederam o crime, Bruno tentou vender o carro e outros pertences de Jeff. Ele também se passou por ele em mensagens trocadas com os familiares do ator e na contratação de transporte para os oito cães de raça do falecido. Bruno ainda gastou R$ 7 mil nos cartões de Jeff, além de furtar, com a ajuda de Jeander, telefones, notebook, jaquetas de couro e a televisão da vítima.
Por fim, de acordo com a investigação, foi constatado que Jeff foi assassinado por “motivo fútil”, ou seja, quando a causa da morte é desproporcional ao crime. “O homicídio foi cometido por motivo fútil, pelo emprego da asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima, já que os autores deram um suco com alguma substância que o dopou”, finalizou a delegada.