Duas crianças foram internadas após apresentarem sintomas de envenenamento na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, não resistiu e Benjamin Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, segue hospitalizado em estado grave. O caso repercutiu nesta segunda-feira (30), após as famílias dos meninos descobrirem uma coincidência no hospital. As informações são do g1.
Ambas as vítimas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho com sintomas de vômito e desmaio, levantando suspeitas de envenenamento. Infelizmente, Ythallo não resistiu e faleceu na UPA, enquanto Benjamin foi estabilizado e transferido para o Hospital Miguel Couto, na Gávea.
As famílias das crianças descobriram, ao se encontrarem no centro de saúde, que os meninos moravam na mesma comunidade, em Cavalcante, e frequentavam o mesmo colégio, a Escola Municipal Rostham Pedro de Farias. A notícia de que os dois estudavam juntos, somada aos sintomas semelhantes, fez com que os pais suspeitassem que as crianças teriam sido expostas à mesma substância tóxica.
Felipe Rodrigues, pai de Benjamin, relatou que o filho começou a se sentir mal ao retornar da escola, por volta das 17h30. “Ele acordou bem, tomou café da manhã e foi para a escola normalmente. Quando voltou para casa e foi tomar banho, começou a passar mal”, explicou. “Os sintomas [das crianças] eram muito iguais. Os dois estavam vomitando, desfalecidos. Então, a gente começou a assimilar. Ela [mãe do Ythallo] falou onde que ela morava, que era na região de Cavalcante, e daí a gente ouviu que ele também estudava na mesma escola que o Benjamin, que é o meu filho. Então, a gente começou a se conectar por histórias”, relembrou.
Segundo os familiares de Benjamin, os médicos encontraram indícios de chumbinho, um veneno comumente usado para matar roedores, no organismo do menino. No entanto, as circunstâncias em que a substância foi ingerida permanecem incertas. “A gente não sabe se ele ingeriu alguma coisa no percurso de ida, volta, se algum amiguinho deu algum lanche para ele, ou se ele comeu alguma coisa na escola. O médico falou que foi envenenamento, que achou chumbinho dentro do organismo dele”, afirmou o pai.
A Secretaria Municipal de Educação emitiu uma nota informando que Ythallo não compareceu à escola nem na sexta-feira (27), nem na segunda-feira (30). Contudo, ele foi visto andando de bicicleta na rua após o horário escolar. Já Benjamin frequentou normalmente as aulas na segunda-feira, saindo às 17h30, conforme o cronograma escolar. A secretaria também afirmou que a desinsetização da escola é feita regularmente pela Comlurb, utilizando materiais específicos para o controle de roedores, e garantiu que não utiliza chumbinho em suas operações.
As autoridades já estão investigando o caso. A Polícia Civil registrou o boletim de ocorrência na 44ª DP (Inhaúma) e irá ouvir as famílias das vítimas para apurar os fatos. O corpo de Ythallo será submetido a uma necrópsia para confirmar a causa da morte e esclarecer se houve realmente envenenamento por chumbinho.