José Luiz Datena (PSDB) se pronunciou em nota na manhã desta segunda-feira (16), sobre o episódio de agressão contra Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura. No texto, divulgado pelo g1, ele afirmou que o concorrente precisava ser “contido com atos”, embora não seja a favor do uso da violência. O candidato a prefeito de São Paulo também disse que espera ter lavado a “alma de milhões de pessoas”.
Segundo Datena, ele atingiu seus limites durante o debate. “Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem. Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura”, explicou.
O candidato também criticou a postura do coach. “Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto. Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz”, pontuou.
“Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade”, ressaltou Datena.
Ele também se defendeu das acusações proferidas por Marçal, alegando que elas são “graves” e “absolutamente falsas”. “Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário”, salientou.
Assim como nas declarações que deu para a mídia, o jornalista confessou que não se arrepende da cadeirada: “Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário”.
Datena seguiu avaliando o comportamento de seu oponente. “Espero, com minha atitude, ter mostrado, de uma vez por todas, o risco que a candidatura de Pablo Marçal representa para a integridade das pessoas, para a nossa democracia e para a sobrevivência de milhões de cidadãos que dependem da atuação da prefeitura de São Paulo para ter uma vida menos indigna”, listou.
“Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la, mas que quer mesmo é saqueá-la, de braços dados com o crime organizado”, disparou o candidato.
Por fim, o jornalista anunciou a decisão de seguir no pleito de prefeito da capital paulistana. “Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população”, concluiu.
Datena segue na corrida eleitoral
Na manhã de hoje, José Aníbal já havia confirmado à GloboNews que a candidatura de Datena seria mantida. Segundo o presidente do diretório municipal do PSDB e candidato a vice-prefeito na chapa, o jornalista cancelou a participação na sabatina no Estadão, que estava prevista para ocorrer às 10h30. No entanto, ele manteve a caminhada pela Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte da capital paulista, às 12h.
Pablo Marçal registra BO
De acordo com o g1, o advogado de Pablo Marçal efetuou um boletim de ocorrência por lesão corporal e injúria contra José Luiz Datena. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que o caso foi registrado no 78° DP (Jardins) na noite de domingo (15).
A defesa do coach foi orientada sobre o prazo para ofertar representação criminal para que a investigação prossiga. O procedimento deve ser feito em até seis meses por Marçal.