Segundo a delegada Ivalda Aleixo, do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa de São Paulo, não existe indício de motivação homofóbica no assassinato de Leonardo Rodrigues Nunes, baleado no rosto após marcar um encontro em um aplicativo de relacionamento gay, na Zona Sul da capital, na última quarta-feira (12).
“Não há indício de crimes de homofobia”, disse a delegada para o jornal Folha de São Paulo. A principal hipótese das autoridades é de uma emboscada tenha sido criada com o intuito assaltar Leonardo, o chamado “golpe do amor”. A vítima teria reagido ao assalto quando foi baleada. O caso é investigado pela Polícia Civil.
De acordo com o boletim de ocorrência, Leonardo saiu de casa, no bairro do Cambuci, por volta das 23h de quarta (12), Dia dos Namorados. O encontro, marcado pelo Hornet, aplicativo voltado ao público LGBTQIA+, seria na Vila Natália. Como precaução, ele chegou a compartilhar sua localização com um amigo e informou que se não retornasse até às 2h, a polícia poderia ser acionada.O amigo, por sua vez, registrou o caso no DHPP.
Ele recebeu a informação de que a localização do celular de Leonardo mostrava que o aparelho estava na favela de Heliópolis. Pouco depois, os amigos ficaram sabendo de uma pessoa que foi internada após ser baleada em um hospital no Ipiranga. Eles reconheceram o corpo da vítima por meio de fotos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não forneceu outros detalhes da ocorrência, ou informou se alguém já é investigado pelo crime – incluindo a pessoa com quem Leonardo marcou de sair. Segundo o órgão, foram solicitados exames ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil investiga o caso.
As autoridades também relataram que o rapaz foi abordado por dois indivíduos em uma motocicleta de pequeno porte, iniciando uma luta corporal. Os assaltantes o balearam no rosto na Rua Rolando, no bairro do Sacomã. Durante as investigações, a polícia foi até o apartamento de Leonardo, que não apresentava sinais de violência interna ou arrombamento.
Assim como os amigos de Leonardo, a mãe também acredita que ele foi vítima de homofobia. “Tá doendo demais. Hoje não recebi mensagem dele de bom dia. Tá difícil, a ficha não caiu. Por que meu filho, meu Deus? Por quê?”, lamentou Adriana Rodrigues. “Essa luta, pela comunidade LGBT, agora é minha. Vou fazer de tudo por Justiça”, acrescentou. Clique aqui para saber os detalhes.