A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas decidiu mandar o delegado Ericson de Souza Tavares de volta para a prisão. Ele havia sido preso em flagrante em março e solto em junho. Um vídeo em que o delegado faz um gesto obsceno e fala palavrões, porém, foi publicado nas redes sociais no dia 28 do mês passado. O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amazonas viu a postagem como uma afronta e decidiu retomar a prisão preventiva.
Ericson é investigado por crimes de extorsão mediante sequestro, ameaça e associação criminosa. No vídeo, ele aparece ao som de um funk e fazendo gesto obsceno ao erguer o dedo médio. A gravação foi feito em um carro de luxo, enquanto o delegado estava ao lado de uma mulher. A publicação teve uma repercussão negativa e Ericson deletou a sua conta no Instagram. As informações são do colunista Carlos Madeiro, do UOL.
As autoridades alegaram que, com a postagem, “o agente insinua em suas redes sociais que está acima da lei”. “O paciente [delegado], além de cantar funk e usar palavrões, mostra o dedo do meio e zomba da situação que levou à sua prisão. A atitude do agente causou indignação entre os internautas, que consideraram a ação um desrespeito às investigações e às vítimas dos crimes de extorsão e sequestro pelos quais ele e outros policiais foram acusados”, afirmou trecho do pedido de prisão.
O delegado se entregou na noite desta segunda-feira (22) na Delegacia Geral de Polícia Civil. “Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da Polícia Civil, o qual detém poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância, somada à publicação de vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à prisão do ora Paciente, temendo, inclusive, pelo êxito da sequência da investigação”, declarou a polícia em outro trecho.
Ericson era delegado titular do 6° Distrito Integrado de Polícia de Manaus. Junto a outros oito agentes públicos e dois civis, ele foi preso em ação da Polícia Militar no dia 23 de março em Manacapuru. Dois meses depois, o delegado foi solto atendendo a pedido de habeas corpus feito pela defesa. O novo pedido de prisão foi feito no último dia 17 em uma sessão virtual.