Após a participação marcante no “Roda Viva”, Felipe Neto levou seu posicionamento político ao “The New York Times” nesta quarta-feira (15). O youtuber gravou um vídeo para o caderno “opinião”, um espaço nobre do jornal mais prestigiado do mundo, em que aparecem políticos, pensadores e artistas de relevância global. Em sua análise, Felipe reúne evidências para provar que Jair Bolsonaro é o pior líder político do mundo na gestão da crise do coronavírus, ao invés de Donald Trump.
“Americanos gostam de se gabar de seres os líderes mundiais em tudo. E, desde o começo da pandemia de Covid-19, vocês estão liderando em número de mortes. Isso se dá em parte, claro, graças ao presidente Donald Trump, que vários de vocês acreditam ser o pior líder da democracia atual”, inicia o empresário. “Bom, eu estou prestes a mostrar a vocês que os 200 milhões de brasileiros aqui superam vocês. No momento, nós somos o país segundo colocado em mortes, mas eu tenho certeza que nosso presidente, Jair Bolsonaro, é o pior líder no combate à Covid”, afirma o jovem.
Felipe, então, apresenta o presidente brasileiro com algumas de suas declarações polêmicas. “Bolsonaro é um militar que defendeu o uso da tortura durante a ditadura no Brasil. Ele então ascendeu à presidência usando afirmações como essa: ‘Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre’ e ‘Sou homofóbico, sim, com muito orgulho'”, mostra o vídeo. “Eu preciso dizer mais alguma coisa ou vocês já estão entendendo?”, questiona o youtuber.
Ele resume: “O Brasil é o país do mundo onde a Covid está crescendo mais rápido e a OMS já nos considera o novo epicentro da pandemia. Ainda assim, ele não mostra estar levando a crise a sério. Para resumir, ele faz com que Donald Trump pareça Patch Adams”, em referência ao médico ativista norte-americano famoso por usar o humor nos tratamentos de enfermos e que ganhou até filme em 1998.
A personalidade da internet, então, lista cinco motivos para comprovar seu ponto de vista. Primeiramente, ele aponta que Bolsonaro nunca parou de sair em público, “encorajando outras pessoas a fazerem o mesmo”. “Vocês ficaram chateados por causa de um mísero comício do Trump em Tulsa, três meses depois do início do surto nos Estados Unidos. Mas Bolsonaro faz esse tipo de coisa o tempo todo. Ele vai para manifestações contra o Congresso, vai para manifestações que pedem intervenção militar, ele vai para feiras lotadas, ele vai para cerimônias militares, ele visita churrascos de jet-ski, ele vai a protestos contra o Supremo Tribunal Federal”, descreve.
Como segundo ponto, Felipe conta que, assim como Trump, o presidente brasileiro justifica suas ações dizendo acreditar em ‘curas milagrosas’. “Para começar, os dois são obcecados com a droga que não tem evidências de eficácia contra a doença. Mas tem uma grande diferença entre Trump falar sobre isso em coletivas de imprensa e o que o nosso cara está fazendo”, declara, citando ações de Jair.
“Bolsonaro já pediu para as autoridades sanitárias mudarem a bula oficial da hidroxicloroquina para incluir o coronavírus como uma indicação de uso. Ele também está usando a capacidade industrial do Exército para produzir o medicamento enquanto os hospitais públicos estão com falta de outras drogas como sedativos e analgésicos”, explica.
O youtuber ainda fala sobre a saída de dois ministros da saúde no meio da pandemia e o fato de ele estar tentando “incitar violência” neste período. “Em Abril, ele fez uma reunião ministerial na qual disse: ‘como é fácil impor uma ditadura no Brasil, por isso eu quero que o povo se arme’. E ele não parou com palavras, ele também passou à ação alguns dias depois, aumentando o limite de quanta munição podemos comprar e eliminando todas as normas de rastreamento de armas”, pontua.
Ele, então, reúne declarações do presidente em relação ao número de mortos pelo coronavírus. “Bolsonaro começou a zombar dos mortos e de suas famílias. Quando o Brasil chegou em 2500 mortes, um repórter pediu que ele fizesse uma declaração e a resposta dele foi: ‘Eu não sou coveiro’. Quando chegamos a 5 mil mortos: ‘E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?’. Quando chegamos a 30 mil: ‘Lamento, mas é o destino de todo mundo'”, coloca Felipe.
Por fim, ele faz uma associação direta da amizade de Bolsonaro com Donald Trump. “A coisa está tão feia que até Donald Trump admite que nós não estamos em uma boa situação. Mas tem mais uma coisa que o Trump disse que eu gostaria de sublinhar. Trump chama Bolsonaro de um bom amigo e essa amizade é crucial para que Bolsonaro retenha sua popularidade. Ela legitimiza o Bolsonaro”, afirma.
“Vocês são os líderes em mortes pela Covid e nesse momento vocês estão nos liderando para o abismo. O seu presidente tem pequenos clones operando em todo o mundo. Nós somos suas vítimas”, declara o empresário, mandando um recado direto para a população estadunidense. “Então, se você estiver se perguntando o que pode fazer para ajudar o Brasil a lidar com o nosso lunático, por favor, não reelejam o lunático de vocês. Neste novembro, vote para tirar o Trump da Casa Branca”, finaliza.
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