O estudante Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos levou 23 facadas na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, segundo o laudo da necrópsia divulgado nesta segunda-feira (20). O rapaz de 25 anos, natural de Mato Grosso do Sul, viajou para a cidade carioca para assistir ao show de Taylor Swift, e acabou morto no domingo (19) por criminosos que tentaram assaltá-lo. Imagens de câmeras de segurança registraram a reação dos amigos à tragédia.
Gabriel passeava com os amigos pelo Rio quando decidiriam ir para perto do mar antes de voltar para casa. Enquanto relaxava na praia, o grupo foi abordado por ladrões, que acabaram por esfaquear o jovem. Como apontado nas investigações, os fãs de Taylor estavam na Lapa, no centro carioca, e foram para Copacabana com um carro alugado.
Nas imagens, os amigos de Gabriel correm pelo perímetro pedindo socorro. Um deles vai até um quiosque do calçadão, levanta a mão diversas vezes e parece gritar por ajuda. Outros dois se aproximam de um homem sentado num banco. Eles conversam e o homem se levanta, supostamente falando ao telefone.
Em seguida, as câmeras mostram a chegada de policiais em um quadriciclo da Polícia Militar. As vítimas indicam para os agentes a direção que os bandidos fugiram. Um carro da Guarda Municipal e outras duas viaturas da PM também chegam ao local para atender a ocorrência. Os policiais, então, abrem o porta-malas de um dos carros e mostram os homens detidos para os amigos de Gabriel.
Neste interim, é possível vê-los sentados no meio-fio da ciclovia, consolando uns aos outros. Minutos depois, uma ambulância se aproxima do local. Os bombeiros descem e vão conversar com os policiais, apenas para atestar a morte de Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos. Confira:
Câmeras de Segurança registraram os momentos após a morte de Gabriel Mongenot pic.twitter.com/PRexCGqS6Z
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) November 21, 2023
O caso aconteceu por volta das 3 da manhã. De acordo com o F5, do jornal Folha de S. Paulo, Anderson Henriques Brandão e Alan Ananias Cavalcante haviam deixado a cadeia poucas horas antes do crime. Eles foram presos em flagrante e confessaram o latrocíno. Jonathan Batista Barbosa, terceiro suspeito, foi encontrado domingo à tarde na Praia de Botafogo e também era conhecido pelos policiais da área.
O g1 informou que os criminosos levaram a chave de um veículo e dois telefones celulares. Alan e Jonathan tinham sido presos na última sexta-feira (17) por roubarem 80 barras de chocolate no valor de R$457, 72, mas foram soltos em uma audiência de custódia no sábado. Um deles, inclusive, estava com o documento de liberação da prisão no bolso.
Neste caso, a juíza Priscila Macuco Ferreira determinou a liberdade provisória e a imposição de medidas cautelares, como a necessidade de comparecimento mensal em juízo e a proibição de frequentar a loja de departamento furtada. O Tribunal de Justiça declarou que os delitos foram cometidos sem o emprego de violência ou grave ameaça e que se tratava de furto de alimentos, que foram recuperados e devolvidos ao estabelecimento.
A audiência de custódia sobre a morte de Gabriel foi marcada para esta terça-feira (21). Ao g1, a prima dele, Juliana Milhomem deu novos detalhes daquela madrugada e revoltou-se com a decisão da juíza em soltar os criminosos. “O Gabriel estava cochilando na hora e se levantou com a gritaria. Provavelmente, para o assaltante, ele reagiu ao assalto. Mas na verdade ele acordou assustado com a gritaria, com a movimentação. Aí, ele foi ferido”, explicou.
Juliana também apontou como ela e os amigos sentem-se vulneráveis diante da tragédia. “Além da tristeza, a gente sente uma revolta, sabe? Porque era uma pessoa que estava presa e foi solta. E em menos de 12 horas matou uma pessoa. É uma sensação de injustiça. De que a gente não está seguro. Eu vim para passear, me divertir e eu estou voltando pra casa levando meu primo morto”, lamentou a moça.