Família encontra corpo desconhecido durante exumação em cemitério de SP

O caso aconteceu em março deste ano

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Uma família foi surpreendida ao tentar exumar o corpo de Milton Maria de Andrade, falecido em 2018, e encontrar o corpo de uma mulher enterrado na sepultura na qual ele deveria estar. O caso veio à tona em uma reportagem da TV Globo, divulgada nesta sexta-feira (4).

Em entrevista à emissora, a filha de Milton, Ivanilde Andrade, contou que a primeira tentativa de exumação ocorreu três anos após a morte do pai, mas o processo foi interrompido devido ao estado de conservação do corpo.

Já em março deste ano, a família retornou ao Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, com um novo pedido de exumação. No entanto, o corpo de Milton não foi encontrado.

“A lápide era a do meu pai, com a foto dele. Os números, tudo certinho, nada foi alterado. E abriram a sepultura ao lado, abriram as duas, e não era”, relatou Ivanilde.

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Segundo ela, a concessionária responsável pelo cemitério — que foi privatizado em 2023 e atualmente é administrado pela empresa Consolare — teria alterado o número do terreno. “Nos passaram esse novo número do terreno, e foi esse que nos informamos lá”, explicou.

Após o ocorrido, a família registrou um boletim de ocorrência, mencionando ambas as tentativas de exumação. À reportagem, Ivanilde mostrou o recibo de pagamento pelo serviço, no valor de cerca de R$ 700, e afirmou ter denunciado a concessionária e o cemitério por ocultação de cadáver.

Cemitério Vila Formosa, em São Paulo. (Foto: Reprodução/Consolare)

“É uma humilhação muito grande o meu pai, que trabalhou a vida inteira, que deu a vida por muitas pessoas, ser tratado dessa forma, como se ele não estivesse existido”, desabafou a filha.

Ivanilde completou: “A família sofre, porque para eles, é só osso e dinheiro. Para nós, não. Para nós é a história de uma vida. Ele era o meu herói”.

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Em nota enviada ao UOL, a Consolare afirmou que “desde que assumiu a gestão do local, não houve nenhuma movimentação nas sepulturas”. A empresa também alegou que realizou apenas “uma reorganização de nomenclatura, que não interfere na localização dos falecidos”.

Segundo a Consolare, os registros foram encaminhados à SP Regula, e a concessionária aguarda a verificação do órgão. A empresa informou ainda que “o reembolso solicitado pela família segue em tramitação interna.”

Segundo a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), o caso está sendo investigado pelo 58º Distrito Policial, que deve interrogar funcionários e responsáveis pelo cemitério. A polícia também está em busca de imagens de câmeras de segurança que possam esclarecer o ocorrido.

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