A Polícia Civil relatou nesta segunda-feira (11), o assassinato de Elton Gonçalves Campelo, de 35 anos. De acordo com as autoridades, o crime aconteceu um dia antes (10) e a autora seria a própria namorada da vítima, Isabela Araújo Valença, de 33 anos. Após atirar na cabeça do empresário, a suspeita cometeu suicídio.
Familiares e amigos se dizem chocados com as circunstâncias da morte do casal, cujos corpos foram encontrados em um apartamento que pertence ao pai de Elton, em um bairro nobre de Salvador. Novas informações repassadas pelos oficiais dão conta de que os pais do empresário estavam em um outro cômodo do imóvel, no momento dos disparos. O inquérito descreve que Valença teria usado a pistola do namorado, que foi alvejado dentro do quarto e, em seguida, se dirigido ao banheiro, local onde tirou a própria vida.
Em entrevista ao UOL, Celina Reis Cavalcanti e Carlos Cavalcanti, padrinhos de Isabela, relataram que os pais da moça estão “acabados”. “Nós conversamos com os compadres, eles não conseguem entender. Acho que ninguém vai conseguir entender. É uma dor muito forte. Infelizmente, não tem o que fazer. Agora é só rezar e pedir para que eles sejam acolhidos. Foi uma tragédia para todos”, descreve a senhora de 78 anos, que atualmente vive com o marido nos Estados Unidos.
Os padrinhos se lembraram também do dia em que batizaram Isabela, em Petrolina, cidade pernambucana onde a falecida morava. “Ela era recém-nascida, tinha dias. Nós somos amigos da família da avó dela, e a mãe e o pai são nossos melhores amigos. A ficha ainda não caiu”, lamentou Carlos. Ao descrever a afilhada como uma pessoa “doce, serena e calma” e Elton como um rapaz de boa reputação, o senhor disse acreditar que a verdade “morreu com eles”.
“O namoro era bem quisto pelas duas famílias. O pai gostava muito do rapaz. Acredito que o outro lado também gostava dela. Falam em três anos, mas isso (o relacionamento) começou há mais tempo”, apontou Cavalcanti. De acordo com o padrinho, Isabela vinha ajudando o pai a administrar suas empresas no ramo do agronegócio. Horas antes do crime, Isabela publicou em sua conta no Instagram, uma foto ao lado de Elton. O rapaz aparecia sorridente, e ela, com o semblante tranquilo. “Verão“, se limitou Valença na legenda, da imagem clicada próximo ao mar.
Celina afirmou ainda que, apesar de muito calada, Isabela era uma pessoa “muito família” e próxima a todos. “A casa dela está recheada de amigas, ninguém entende. Nós não entendemos. Nós estamos, de longe, acabados. Infelizmente, nós não podemos ir (apoiar os pais de Isabela) por conta da pandemia. Mas, sinceramente, é algo que não dá para entender. Elton também é filho de pessoas conhecidas, pessoas direitas, honestas. Isso é um grande choque”, desabafou.
Há dois anos sem ver pessoalmente a afilhada, Cavalcanti disse que quando vinha ao Brasil, era muito bem recebida e acolhida por Isabela. “Todas as vezes que eu chegava em Petrolina, ela era minha motorista particular, me levava para todos os cantos, me emprestava o carro dela. Era uma pessoa muito prestativa e muito carinhosa comigo, muito amável. Por isso dói tanto”, lamentou.
Emocionada, a senhora se lembrou do último contato que teve com Valença. “Ela me mandou uma mensagem de Natal, e eu respondi. Ela me mandou uma foto do casal. Eu pedi que ela marcasse logo o casamento porque eu queria estar presente. Foi uma brincadeira, ela só deu risada e ficou por isso mesmo… Você pode rodar Petrolina inteira que você não vai encontrar ninguém que fale mal dela. Nem dela nem da família”, enfatizou ela.
A motivação do crime ainda está sendo apurada. O corpo de Elton foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, durante essa manhã (12). Ainda não há detalhes sobre o sepultamento de Isabela.