Luís Alexander Rubio, mais conhecido como Alex, prestou homenagem à Jô Soares, que faleceu nesta sexta-feira (5) aos 84 anos, ao relembrar os momentos que viveu ao lado do apresentador. Em entrevista à GloboNews, o garçom do “Programa do Jô” não conseguiu conter as lágrimas e se emocionou bastante ao falar sobre a importância do comunicador em sua vida.
“Realmente está muito difícil eu falar do patrão agora”, iniciou Rubio, já se desculpando pela emoção. “Eu chorei a manhã inteira. A gente convivia o dia inteiro no canal. É difícil falar agora dele. Agora é recordar, lembrar dele, falar o que ele foi. Para mim foi o melhor artista, um gênio. O melhor artista brasileiro. Eu tive a honra, por 23 anos, de trabalhar com ele”, afirmou.
Rubio também mencionou um início conturbado do trabalho ao lado de Jô Soares. “Por que tem que ser tão difícil? Meu começo foi bem difícil, porque trabalhar sabendo que estava no lugar do meu amado primo… A gente se dava muito bem, como irmãos. E quando eu o perdi, foi muito duro. Me deixou triste e contente, por trabalhar com o senhor Jô, uma mistura muito estranha”, disse ele. “Vivi um momento muito particular. Eu acabei aceitando [o convite] e tive a felicidade de viver com ele [Jô] por 23 anos. Eu sinto muita falta dele”, complementou.
Alex Rubio, ou simplesmente Alex, que por anos foi o garçom do Programa do Jô, se emociona ao falar do artista. #Estúdioi
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O garçom ainda falou que considerava Jô um paizão. “O Jô era uma pessoa muito especial, era muita coisa. A inteligência dele, o carisma, a simpatia, enfim. Ele, para mim, vou resumir em só uma palavra, era um paizão. Ele sempre se portou muito bem comigo, as brincadeiras que ele fazia comigo, as piadas, eu levava numa boa. Porque eu conhecia ele pessoalmente e sabia o homem por trás disso”, afirmou. “Era muito bom estar com ele. Até quando ele me chamava a atenção. Por isso que eu digo que ele era um paizão, porque eu só aprendi com ele. Aprendi a amar a profissão que eu tinha. Por mais humilde que ela fosse”, completou Alex.
Ele ainda comentou que Jô fez com que tivesse uma nova visão em relação ao trabalho: “E sempre respeitar a profissão da gente. Porque ele podia estar muito doente, podia estar com muita dor, mas ele estava ali sentado, rindo. E ninguém sabia que estava sofrendo. E isso me deixava perplexo. Era uma coisa que eu via o sofrer dele fora da TV. E ali na câmera ele era outra pessoa. Para mim era fascinante ver a força que ele tinha, o amor que ele tinha pela pela profissão, pelas pessoas e o amor que ele tinha ao Brasil”.
“Ele era um paizão, porque eu só aprendi com ele. Aprendi a amar a profissão que eu tinha, por mais humilde que ela seja”, diz Alex, o garçom do Jô.
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Caneca misteriosa
Durante a entrevista, Rubio também revelou que era parado milhares de vezes na rua por pessoas que questionavam o que Jô Soares bebia na icônica caneca durante o programa. “Às vezes ele tomava até sopa, nos dias frios, tomava uma sopinha na caneca, água, refrigerante. O legal é que ele nunca misturava álcool à profissão. Apesar que ele fez uma entrevista memorável em que ele bebeu com o convidado até ficar bêbado. E ele não ficou bêbado, ele dizia que estava alegre”, relembrou o garçom ao dar detalhes do episódio.
“Mas na verdade ele estava bem. A gente olhava para ele e não acreditava. Por tudo o que ele bebeu. Tequila, vodca. Até whisky. E ele continuava. O convidado já estava mal e ele, por incrível que pareça, estava firme. Apesar que ele sentia os efeitos do álcool. Mas para a gente ele estava bem. E isso que era incrível, era uma pessoa incrível”, rememorou.
Ele terminou a entrevista lamentando a perda. “Eu não sei, só conhecendo ele, e trabalhando com ele, que você tem a noção do que era o Jô Soares. E lamentavelmente eu e o Brasil o perdemos hoje”, disse emocionado.