A Delegacia de Apoio ao Turismo (Deat) está investigando o “golpe da caipirinha”, novo esquema que tem feito diversas vítimas no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, uma quadrilha estaria extorquido turistas forçando-os a pagar por bebidas que não solicitaram. Alguns dos alvos chegaram a ter prejuízos de R$ 5 mil.
A primeira prisão relacionada ao caso ocorreu na noite de terça-feira (23), quando Leonardo Correa de Souza, de 39 anos, foi preso em flagrante por extorsão, estelionato e associação criminosa, depois de aplicar o “golpe da caipirinha” em um casal de turistas chilenos.
De acordo com informações do Estadão, a quadrilha agia sempre da mesma maneira: após avistar as vítimas com a bebida na mão, eles abordavam os turistas e iniciavam uma conversa. Na sequência, com a distração do viajante, os criminosos colocavam mais bebida no copo e então coagiam a vítima a pagar pelo drink. O turista era forçado a pagar o cartão de crédito por mais de uma vez, sofrendo prejuízos altíssimos.
Esse foi o caso do casal, que andava pela orla da Praia de Copacabana, quando foi abordado por três suspeitos. Após o “teatro” típico, os homens retiraram o copo da mão do rapaz e o encheram com a bebida, sem que ele tivesse pedido, obrigando-o a pagar R$ 20 pelo adicional.
O cartão de crédito da vítima foi passado mais de uma vez e os criminosos cobraram US$ 899 (o equivalente a R$ 5 mil). Após a transação, o trio se afastou e o o turista se deu conta de que havia sido vítima de um golpe.
Após buscar a Deat, ele registrou um boletim de ocorrência e, acompanhado por uma equipe de investigação, foi até o local onde identificou um dos suspeitos. Com Leonardo, foram encontrados uma máquina de cartão de crédito, um cartão bancário e uma quantia em dinheiro. Além disso, ele estava de posse de uma carteira de identidade em nome de outra pessoa, que o casal reconheceu como mais um integrante da quadrilha.
No extrato da máquina, a polícia averiguou que o dinheiro desviado dos turistas foi transferido para uma conta em nome de um irmão de Leonardo, que também se tornou alvo de investigação. O rapaz, de 29 anos, já havia sido preso em 2019 por tráfico de drogas.
Após a prisão, Leonardo se recusou a prestar depoimento e declarou que só falaria em juízo. Ele deve passar por audiência de custódia ainda hoje (25). A defesa do homem – que alegou ser vendedor de apitos, cangas e camisas na orla de Copacabana – entrou com um pedido de revogação de prisão.
O documento aponta que Leonardo tem residência fixa, é pai de sete filhos, entre eles uma bebê e um menino de 5 anos. Os advogados do suspeito pedem que ele responda em liberdade e dizem que o mesmo é uma “pessoa idônea da sociedade, não havendo motivos para manter-se em custódia”.
Segundo informações do UOL, Leonardo foi investigado por furto em 2012, mas o processo foi arquivado em 2021.