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O Palácio do Planalto divulgou nesta segunda-feira (9) uma lista com a avaliação preliminar dos itens que foram danificados pelos terroristas durante a invasão aos prédios dos três poderes em Brasília, no domingo (8). De acordo com o governo, um levantamento “minucioso” das peças que foram destruídas ainda não foi realizado. No entanto, já foi possível identificar que pinturas, esculturas e móveis foram avariadas, incluindo uma obra avaliada em R$ 8 milhões.
“Os terroristas que invadiram o Palácio do Planalto neste domingo vandalizaram e destruíram parte importante do acervo artístico e arquitetônico ali reunido e que representa um capítulo importante da história nacional”, afirmou trecho da nota. O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, declarou que o Palácio do Planalto conta com um dos acervos artísticos mais importantes do país, principalmente do Modernismo Brasileiro.
“O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico”, pontuou Carvalho.
Entre os itens depredados no andar térreo, está a pintura “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995. A obra, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio, foi usada várias vezes como cenário para os pronunciamentos dos presidentes da República. Ela foi encontrada na água que inundou o local, após os vândalos abrirem os hidrantes. No mesmo local, também foi destruída a Galeria dos Ex-Presidentes. Todas as fotografias foram retiradas da parede e quebradas ao serem jogadas no chão.
No segundo andar, o corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi vandalizado. O estado de várias obras não pôde ainda ser avaliado, porque é necessário esperar a finalização da perícia e a limpeza do lugar. Todavia, há diversos quadros rasurados ou quebrados, principalmente fotografias.
Já no terceiro andar, a obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos. A principal peça do Salão Nobre foi uma das mais importantes produções do artista e é avaliada em R$ 8 milhões. Mesmo assim, pinturas desta magnitude tendem a alcançar valores até cinco vezes maiores em leilões. Outra obra estragada foi a escultura em bronze “O Flautista”, de Bruno Giorgi. Ela foi completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. O valor dela é estimado em R$ 250 mil.
No local, a escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg também foi quebrada, com os galhos de madeira jogados longe. Esta peça está estimada em R$ 300 mil. Exposta no salão, a mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck foi utilizada como barricada pelos vândalos. A avaliação do estado deste item ainda será feita. Já a mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues, móvel em que as informações do presidente em exercício são guardadas, teve o vidro quebrado.
Por fim, a obra mais danificada foi o Relógio de Balthazar Martinot. A peça do século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI e Martinot era o relojoeiro de Luís XIV, então rei da França. Existiam apenas dois deste relógio de pêndulo: um que estava no Palácio do Planalto, e o outro exposto no Palácio de Versalhes. Entretanto, o segundo tinha metade do tamanho do item totalmente destruído pelos terroristas. O valor dele não foi divulgado, mas é considerado fora do padrão.
Sobre a recuperação das peças destruídas, o governo informou que é possível reconstituir a maioria delas. Porém, o Palácio do Planalto classificou como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.
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