Jair Bolsonaro: Hospital nos EUA nega internação do ex-presidente, diz jornal

O setor de internações do Florida AdventHealth Celebration se pronunciou sobre o assunto

Bolsonaro Fabio Pozzebom

Nesta segunda-feira (9), um dia após bolsonaristas destruírem o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, surgiu a notícia de que Jair Bolsonaro teria sido internado na Flórida, nos Estados Unidos. Sua própria esposa, Michelle Bolsonaro, falou sobre o assunto nas redes sociais. Contudo, de acordo com o jornal Estado de Minas, o hospital citado negou a história.

Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, afirmou no início da tarde de hoje que Bolsonaro foi hospitalizado. Segundo o jornalista, o ex-presidente teria dado entrada no AdventHealth Celebration, que fica nas imediações da cidade de Orlando – onde o político está desde o final de dezembro. O motivo teria sido fortes dores abdominais, como já ocorreu em outras vezes desde que Jair levou uma facada na campanha presidencial de 2018.

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Segundo Lauro Jardim, Bolsonaro está internado nos EUA. (Foto: Alan Santos/PR)

De acordo com Jardim, a equipe médica do hospital norte-americano teria diagnosticado o ex-presidente com um quadro de obstrução intestinal. Bolsonaro estaria sob observação, mas ainda não teriam descartado a hipótese de uma nova cirurgia para desobstruir o órgão. A publicação afirmou que Antonio Macedo, médico que conduziu as seis cirurgias do político no Brasil, já conversou com os especialistas dos Estados Unidos. Até o momento, ainda não haveria uma previsão de alta.

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Pouco depois, Michelle também afirmou que o marido estaria no hospital. “Meus queridos, venho informar que o meu marido Jair Bolsonaro se encontra em observação no hospital em razão de um desconforto abdominal decorrente das sequelas da facada que levou em 2018 de um ex-filiado ao PSOL. Estaremos em oração pela saúde dele e pelo Brasil. Deus nos abençoe”, disse a ex-primeira-dama em seus Stories, no Instagram.

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Michelle Bolsonaro fala sobre hospitalização de Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O Estado de Minas tentou confirmar a informação diretamente com o Florida AdventHealth Celebration, nos Estados Unidos, mas a instituição negou qualquer internação. “O setor de internação do hospital afirmou que não há nenhum paciente com o nome do ex-presidente brasileiro”, disse a reportagem. Segundo a publicação, foi preciso até soletrar o sobrenome de Bolsonaro para apurar a notícia. Mesmo assim, o centro médico não confirmou nenhum registro de entrada do político.

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Mais tarde, na noite desta segunda-feira, Bolsonaro apareceu nas redes sociais com uma foto em cama de hospital. Em mensagem curta, o ex-presidente afirmou que sofreu de uma nova aderência e precisou ser internado: “Após a facada, fui submetido a cinco cirurgias. Desde a última, por duas vezes tive aderências que me levaram a outros procedimentos médicos. No dia de ontem, uma nova aderência e baixa hospitalar em Orlando (EUA)”. No post, Bolsonaro não esclareceu em que hospital está.

Em tempo, neste domingo (8), enquanto apoiadores de Jair Bolsonaro depredavam as sedes dos Três Poderes em atos golpistas, pelo menos cinco parlamentares dos Estados Unidos pediram por uma eventual extradição do ex-presidente. A deputada Alexandria Ocasio-Cortez escreveu: “Devemos nos solidarizar com o governo democraticamente eleito de Lula. Os Estados Unidos devem parar de conceder refúgio a Bolsonaro na Flórida”. O deputado democrata Joaquín Castro seguiu na mesma linha. “Bolsonaro não pode receber refúgio na Flórida, onde ele tem se escondido da responsabilidade por seus crimes”, afirmou.

Em meio à baderna e quebradeira em Brasília, Anderson Torres, secretário de segurança do Distrito Federal, foi demitido do cargo. Ele, que era ministro da Justiça de Bolsonaro, foi acusado de ser leniente sobre o assunto. O ministro Alexandre de Morais também afastou Ibaneis Rocha, governador do estado, por 90 dias. Segundo o governo federal, até o momento, cerca de 1.200 golpistas foram detidos e conduzidos para a superintendência da Polícia Federal. Diante da situação caótica, o presidente Lula decretou intervenção federal no DF até o fim de janeiro.

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