Adir Aliatti, conhecido como Prem Milan, responsável por uma seita de sexo livre, está sendo investigado após mandados de busca e apreensão da Polícia Civil. Segundo o g1 nesta quarta-feira (11), a suspeita é de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e outros crimes financeiros. A sede do grupo fica em Viamão, Porto Alegre, e o “guru espiritual” é acusado de usar o dinheiro de seguidores para pagar viagens de luxo e apostas online. Ninguém foi preso até o momento.
Os seguidores da comunidade, que se chama Osho Rachana, adquiriam pacotes de imersão que custavam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, além de mensalidades para viver no local, segundo a polícia. O homem passou a exigir, após a pandemia, empréstimos bancários e dinheiro para a comunidade, mas o valor estaria sendo desviado para benefício próprio. A delegada Jeiselaure de Souza afirmou que ele se comportava como “guru espiritual”.
Estima-se que ele tenha arrecadado e desviado mais de R$ 20 milhões, e alcançado um prejuízo de R$ 4 milhões nas operações, de acordo com a polícia. “Ele instigou que as pessoas fizessem altíssimos valores de empréstimo, porque precisava reverter isso tudo para a comunidade. Só que, na verdade, ele utilizou em proveito próprio“, revelou a delegada. “Ele teria perdido com dívidas, apostas online, viagens“, continuou.
“Eles [vítimas] narraram uma série de crimes que eram praticados lá, desde financeiros quanto agressões físicas e verbais que configuram uma verdadeira tortura psicológica. Essas pessoas procuravam essa comunidade porque ele oferecia curas a partir de terapias alternativas bioenergéticas”, acrescentou a delegada.
As investigações começaram porque ex-membros da seita acionaram o Ministério Público relatando terem sofrido tortura psicológica e patrimonial, além de crimes financeiros. Após os pagamentos, os participantes do grupo vendiam pães e agendas nas ruas de Porto Alegre, com o pretexto de, segundo o guru, ajudar a comunidade.
Ele e outros membros do grupo estariam coagindo os participantes, após descobrir “coisas muito íntimas” de todos nas terapias, que incluíam meditações e sexo livre. “Se alguém quisesse sair, se percebesse ou dissesse que não tinha dinheiro, ele dizia: ‘É por isso que a tua vida não dá certo’, ‘por isso que a tua relação com o familiar é ruim’, ‘por isso que tu não vai progredir‘”, explicou a delegada. “Ele execrava, ele humilhava essas pessoas na frente de todo mundo, chegando, inclusive, a agressões físicas. É um fato bastante grave“, declarou.
Crimes contra crianças e adolescentes também estão sendo investigados.