Hugo Gloss

Homem assume crime de ódio nos EUA, após pesquisar no Google sobre “como se livrar de um assassinato”

Crime Homofobia Kansas City

O homem admitiu ter cometido um crime de ódio contra um jovem gay. (Fotos: Max Kleinen on Unsplash; Stavrialena Gontzou on Unsplash)

Um homem de 26 anos admitiu ter cometido um crime de ódio contra um jovem gay em Kansas City, nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira (7), durante uma audiência na Corte distrital de Missouri, Malachi Robinson assumiu que usou uma arma para ferir a vítima propositalmente por conta de sua orientação sexual. O homem disparou oito tiros contra o rapaz em 29 de maio de 2019, após alegar que teria recebido investidas nele.

Kristen Clarke, procuradora-geral assistente da Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça, relatou como isso prova que os crimes de LGTQIfobia ainda persistem. “Essa tentativa de homicídio é um lembrete que crimes de ódio contra a comunidade LGBTQI+ são reais e devem ser confrontados”, pontuou ela. “Atos violentos direcionados a pessoas com base em suas orientações sexuais são crimes hediondos e que não têm espaço no nosso país”, acrescentou.

A confissão do crime retomou o alerta sobre os crimes contra a comunidade LGBTQIA+. (Foto: Stavrialena Gontzou on Unsplash)

O crime

Como parte de seu acordo de confissão, Robinson concordou em revelar detalhes do que teria acontecido. O réu disse ter conhecido o a vítima, identificada apenas como M.S., quando estava em uma filial da biblioteca pública da cidade de Kansas City. O jovem teria pedido para adicionar o homem como amigo no Facebook e, na sequência, perguntando sobre a orientação sexual dele e sugerido que eles transassem no banheiro da biblioteca. Robinson contou que não era gay, mas teria concordado em receber sexo oral do lado de fora do prédio em troca de U$ 5.

O que o jovem não sabia era que Robinson estava printando a conversa deles e mandando e-mails para sua namorada ao mesmo tempo. Neste momento, ele já deixou claro que poderia fazer algo contra o rapaz. “Ele está tentando armar algo para mim agora, vai desfazer a amizade”, escreveu ele para sua parceira. “Talvez eu atire nesse cara se ele tentar alguma m*rda gay”, revelou o homem.

Posteriormente, Robinson sugeriu que eles caminhassem até uma área arborizada próxima do local. M.S, por sua vez, até tentou deixar esse bosque antes que qualquer atividade sexual ocorresse. Mas foi nesta hora que o acusado puxou um revólver e atirou três vezes contra o peito do jovem, três vezes no seu braço direito, uma vez na nádega esquerda e outra na mão direita, quase arrancando fora o dedo da vítima. O rapaz sobreviveu, mas teve de passar duas semanas no hospital e, até hoje, mais de três anos depois, ainda recebe tratamento para seus ferimentos.

Confissões

Pouco após fugir da cena do crime, Malachi admitiu o que havia feito para sua namorada e seus primos. Na ocasião, ele justificou que o jovem teria tentado “m*rdas gays”. Posteriormente, em outra troca de mensagens, ele também confessou seu crime. “Eu atirei num cara. Ele estava sendo gay pra c*ralho e me seguindo como um filho da p*ta”, afirmou.

O homem assumiu ter disparado oito tiros contra o jovem gay por conta de sua sexualidade. (Foto: Max Kleinen on Unsplash)

Não bastasse isso, Robinson ainda deu indícios do que havia feito através de suas buscas na internet. Ele procurou pela cobertura online do caso e ainda pesquisou no Google coisas como: “Quando a polícia vai te prender depois de um assassinato?”, “Como saber se a polícia está atrás de você?” e ainda “Como se livrar de um assassinato na vida real?”.

Na tentativa de passar despercebido, ele ainda raspou seu cabelo e tentou se livrar de sua arma. Mas… não teve jeito. O homem foi preso em 3 de junho de 2019. Segundo o BuzzFeed News, quando for sentenciado em 15 de dezembro, ele pode receber uma pena de prisão perpétua sem direito a liberdade condicional.

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