Nesta terça-feira (15), a Justiça do Rio de Janeiro condenou Fred Henrique Lima Moreira a 17 anos e 9 meses de prisão por tentativa de feminicídio e tortura contra a jornalista Ana Luiza Dias. Em 2022, ela foi agredida com cassetete e soco inglês enquanto era mantida em cárcere privado no apartamento do ex-namorado, em Copacabana.
O julgamento teve mais de nove horas de duração. A juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, presidente do 1º Tribunal do Júri, decretou que Moreira não poderá recorrer da decisão em liberdade. Ele já está preso há dois anos e meio. ”O apenado não faz jus ao direito de apelar em liberdade, pois respondeu ao processo preso e assim devem permanecer, pois inexiste motivo que justifique a revogação da prisão neste momento”, explicou a magistrada na decisão.
“Até mesmo porque o acusado pode querer se esquivar da aplicação da lei penal, agora mais certo do que antes desta sentença condenatória. Consequentemente, mantenho a prisão do acusado, até mesmo porque o Egrégio STF já decidiu pela execução provisória da pena. O apenado se encontra preso há aproximadamente 2 anos e meio, de modo que não faz jus à progressão de regime”, continuou.
As agressões aconteceu em 26 de abril de 2022, quando o ex-namorado acusou Ana Luiza de infidelidade. Depois disso, ele deu golpes tão violentos que ela chegou a perder a consciência. De acordo com o g1, exames mostraram que a vítima sofreu traumatismo craniano e fratura na mandíbula. Durante as investigações, foram encontrados um bastão retrátil e um soco inglês na casa do acusado. Segundo a delegada Natacha Oliveira, responsável pelo caso, os objetos foram utilizados na agressão.
A vítima relatou que passou a primeira noite desacordada. Ao acordar, ela tentou gritar por ajuda, mas percebeu que havia fraturado o maxilar. Em seguida, ela foi atingida por um mata-leão. O ex-namorado deu o mesmo golpe nas outras duas vezes em que tentou pedir socorro. Três dias depois, ela aproveitou um momento de distração dele para fugir. Moreira esqueceu a porta aberta.
Ana Luiza contou que teve que descer nove andares de escada para conseguir pedir ajuda a uma pessoa do prédio. “Eu desci nove andares de escada, não sei como. A gente às vezes dá um start na nossa vida que a gente não pode perder tempo. Me deu aquele ‘é agora ou vou morrer'”, disse ela.
A vítima foi direto para a delegacia de Copacabana e registrou um boletim de ocorrência. O agressor foi preso sem oferecer resistência. Na época, um mandado de prisão temporária por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura contra ele foi cumprido.