A Polícia Civil prendeu, na noite desta terça-feira (6), Deivid Nascimento Santana, suspeito de matar a ex-namorada com um milkshake envenenado em Maricá, no Rio de Janeiro. O homem chegou a ser considerado foragido por feminicídio, e foi localizado pelos agentes da 82ª DP (Maricá) na comunidade Rio das Pedras, também na cidade carioca.
Vitória da Conceição Pereira, de 23 anos, começou a passar mal e a ter convulsões no sábado (3), após ingerir a bebida de morango. Ela foi levada para o Hospital Conde Modesto Leal com um quadro de parada cardiorrespiratória, mas acabou falecendo na madrugada de segunda (5), depois de ficar internada com fortes suspeitas de intoxicação. A jovem deixou um filho de 4 anos.
Segundo informações da polícia, apesar de comprar o milkshake, Deivid pediu que outra pessoa entregasse a bebida à ex. Para as autoridades, a principal suspeita é que o homem tenha premeditado a morte de Vitória e a atraído para uma emboscada com uma suposta oportunidade de faxina. “Planejado, premeditado, não foi um crime de ímpeto. Pelo contrário, foi algo pensado, torpe”, declarou o delegado do caso, Bruno Gilaberte.
Ele teria solicitado ao contratante – convencido a empregar a moça – que desse a ela o milkshake com a desculpa de que faria uma surpresa e a pediria em casamento. De acordo com testemunhas, Deivid disse que tinha um relacionamento com Vitória e pediu que marcassem uma limpeza para levá-la ao local. No dia determinado, ele comprou a bebida e batata frita, e entregou ao dono do local.
Enquanto executava o plano, o suspeito ainda teria solicitado que ninguém revelasse para a vítima quem comprou o lanche. Em depoimento, o empresário disse que Santana se apresentou como “Leandro” ao lhe fazer o pedido. “Leva para ela. É de morango, o que ela mais gosta. Não fala para ela que foi eu que mandei, não”, teria dito.
Ao g1, o delegado explicou que os restos dos alimentos supostamente envenenados foram levados para a perícia. “Esse milkshake aparentemente estava envenenado. Nós efetivamente constatamos que no fundo do copo havia grânulos que parecem ser veneno de rato”, pontuou ele.
“Os contratantes foram enganados também. Eles não sabiam sequer a identidade real de Deivid. E isso fica, claro porque um dos contratantes socorreu a vítima e comunicou o fato na delegacia”, acrescentou Gilaberte em entrevista ao jornal O Globo.
Medida protetiva
Na decisão pela prisão temporária de Deivid Nascimento Santana, a juíza Suzana Vogas Tavares Cypriano afirmou que o homem já tinha ameaçado a vítima em outra oportunidade. Ele teria invadido a casa de Vitória e a ameaçado. Na época, ela registrou um boletim de ocorrência e conseguiu medida protetiva contra o antigo companheiro.
Segundo Vitória, Deivid adentrou a casa dela em Maricá, no dia 28 de julho, armado com uma faca. Às autoridades, a moça contou que estava com o atual namorado dormindo na residência e que ele acabou ferido no braço. O objeto, porém, acabou quebrando. Nesse momento, o suspeito teria ido em um vizinho e buscado uma foice, mas foi espantado pelo dono da casa, que se envolveu na briga.
Mesmo com a concessão da medida protetiva, a jovem denunciou à polícia que estava sendo perseguida por Santana. Ela alegou que estava recebendo mensagens de diversos números e acreditava ser o ex, que não aceitava o fim da relação. Logo, um mandado de prisão preventiva foi emitido pela Justiça contra Deivid.
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