Idoso recebeu alta um dia antes de morrer, e foi levado por sobrinha duas vezes a banco no RJ

Érika está presa por suspeita de vilipêndio de cadáver e fraude por tentativa de sacar um empréstimo de R$ 17 mil

O caso de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, ganhou atualizações nesta quinta-feira (18). De acordo com informações de policiais que trabalham na investigação, o idoso foi levado duas vezes ao banco pela sobrinha, Érika de Souza Vieira Nunes, após receber alta hospitalar. Ele estava internado em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, na segunda-feira (15).

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia mostraram Érika indo com Paulo a um banco BMG, também na segunda. De acordo com o prontuário médico, ele ficou dependente de oxigênio entre os dias 8 e 15 deste mês. No dia em que teve alta, o prontuário apontou que “o paciente estava taquicárdico, com frequência cardíaca de 97 batimentos por minuto, saturação de oxigênio no sangue periférico de 95%, disártrico e com dificuldade para deglutir”. As informações foram confirmadas pelo laudo pericial do IML (Instituto Médico Legal).

Mesmo com a situação em que Braga se encontrava, Érika tentou sacar o dinheiro do empréstimo, que havia sido contratado no dia 25 de março através do celular. Por conseguinte, era necessário que o idoso fosse até uma agência pessoalmente para retirar o valor ou solicitar uma transferência para uma conta nominal. Até o momento, não se sabe por que a transação não foi concretizada.

Nas gravações, é possível ver Paulo entrando no banco em uma cadeira de rodas e gesticulando com certa dificuldade. Como não conseguiu retirar a quantia solicitada, a sobrinha saiu com ele novamente na terça. Nesse dia, um mototaxista ajudou a retirar o idoso de casa e colocá-lo no carro do aplicativo para ir à agência bancária do Itaú em Bangu.

Em depoimento à polícia, o profissional relatou que Braga estava debilitado, mas “respirava e tinha força nas mãos”. O motorista de aplicativo destacou que Paulo chegou a segurar a porta do carro. Clique aqui para saber os detalhes.

Assista ao momento:

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O que diz o laudo

O laudo de exame de necropsia foi divulgado na quarta-feira (17), pelo IML, mas não confirmou se o idoso morreu antes de chegar ao banco ou no local. Contudo, foi a segunda testemunha ouvida pela polícia que afirmou que Paulo Roberto estava vivo momentos antes de ser filmado dentro agência.

“É indiferente se ele morreu dentro ou fora do banco. O fato é que ela (Érika), vendo que ele já não respondeu a estímulos, insistiu no empréstimo, segurava a caneta para ele repassar. Isso caracteriza a fraude”, declarou o delegado Fábio Souza, que investiga o caso.

Erika está presa por suspeita de vilipêndio de cadáver e fraude por tentativa de sacar um empréstimo de R$ 17 mil em nome do idoso. (Foto: Reprodução/X/SBT Rio)

Após a conclusão da perícia, o documento afirmou não haver “elementos seguros” para concluir que ele faleceu “no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária“. Ainda segundo o laudo, Paulo pode ter morrido até sete horas antes da gravação do vídeo, que mostra Érika tentando fazer com que ele assine os documentos na agência bancária.

De forma indireta, o perito não se opõe que o óbito tenha ocorrido entre 11h30h e 14h30h do dia 16/04/2024. Desta forma, o perito não tem elementos seguros para afirmar do ponto de vista técnico e científico se o sr. Paulo Roberto Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária“, informou o trecho do laudo, segundo o UOL.

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Érika Nunes está presa por suspeita de vilipêndio de cadáver e fraude por tentativa de sacar um empréstimo de R$ 17 mil em nome de Paulo Roberto Braga. Agora, ela aguarda audiência de custódia. Saiba mais detalhes do caso, clicando aqui.

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