Hugo Gloss

Jovem negro é agredido por bombeiro armado, após acusá-lo de assediar mulher em estação de metrô; assista

O bombeiro, que usava uma camiseta de Jair Bolsonaro, agrediu o homem negro. (Fotos: Reprodução/Metrópoles)

Nesta sexta-feira (18), o jornal Metrópoles revelou imagens do momento em quem um homem negro foi agredido por um bombeiro militar armado, em Taguatinga, no Distrito Federal. O programador Jair Aksin Reis Canhête, de 25 anos, registrou ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia e deu mais detalhes do caso, afirmando que teria visto o agressor assediando uma mulher na estação do Metrô da Praça do Relógio.

Jair seguia para sua casa quando teria percebido que o homem estava passando a mão pelo corpo de uma jovem. Ao abordá-lo, o autor do suposto assédio reagiu de forma agressiva, sacando uma pistola e desferindo ataques. De acordo com o UOL, o homem – que aparece nas imagens usando uma camiseta do presidente Jair Bolsonaro – foi identificado como Guilherme Marques Filho, sargento do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

O bombeiro Guilherme Marques, com a camiseta de Bolsonaro, sacou sua arma contra Jair Aksin. (Foto: Reprodução/Metrópoles)

A mulher estava parada na frente de Jair, falando ao telefone. “Logo em seguida, esse homem apareceu e passou a mão pelas costas da moça. Ela não teve reação, ficou em choque. O homem apenas riu”, relatou o programador. Ao tentar protegê-la, o jovem pediu para que o assediador se afastasse. Em resposta, o bombeiro teria ameaçado sacar sua pistola, até que agentes do metrô se aproximaram. “Eu ainda presenciei quando ele se identificou para os agentes como militar do Corpo de Bombeiros e apresentou a documentação”, completou.

Passada a confusão, os seguranças pediram que Jair esperasse que o militar fosse embora: “Falaram que o cara estava estressado, mas quem havia cometido crime era ele. De qualquer forma, esperei por 15 minutos e depois segui meu caminho”. O que ele não esperava era que Marques estaria o aguardando na saída da estação. Foi então que, temendo por sua vida, o programador saiu correndo em direção à loja em que as cenas das agressões foram registradas.

“Tentei me posicionar próximo a uma câmera de segurança para, pelo menos, ficar registrado que ele poderia me matar. Por sorte, ele puxou a arma, me agrediu, mas não apertou o gatilho”, recordou. Foi neste momento que o sargento empunhou sua arma, partiu para cima de Jair e alegou ter recebido um tapa do programador. Na sequência, ele deixou o estabelecimento e foi embora. Os funcionários do comércio acompanharam de perto as ameaças e também se assustaram. Assista às imagens tensas aqui:

https://youtu.be/8J835CfkmwQ

Após registrar ocorrência, Jair aguarda pelo desdobramento do caso, mas afirmou se sentir impotente quanto ao que aconteceu. “É uma sensação muito ruim de impotência, pois esse homem havia assediado uma moça dentro do Metrô. Espero que as autoridades tomem uma providência enérgica”, declarou.

Para o UOL, uma fonte da Secretaria de Segurança do Distrito Federal antecipou que as imagens das câmeras de segurança do metrô e depoimentos das testemunhas serão averiguados, para confrontar com as versões de Jair Aksin e de Guilherme Marques Filho.

O Corpo de Bombeiros do DF afirmou que tomará as medidas cabíveis para contribuir nas apurações. (Foto: Reprodução/Metrópoles)

Em nota ao Metrópoles, o Corpo de Bombeiros informou que irá colaborar com a apuração dos fatos, e que o Comando-Geral fará todos os procedimentos legais necessários e obrigatórios para tal. “Desde já, o CBMDF manifesta-se contrário a qualquer forma de agressão e violência. A corporação é defensora incansável do respeito a todo cidadão e tem como seu dever proteger a sociedade”, disse o comunicado.

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