Hugo Gloss

Jovem que cheirou pimenta está respondendo a estímulos, revela namorado

Nesta sexta-feira (17), Matheus Oliveira, namorado da trancista Thais Medeiros de Oliveira, que inalou pimenta bode, revelou que ela está respondendo a estímulos, após semanas de internação.

Segundo informações do UOL, ele afirmou que Thais começou a mover os braços, pernas e boca, e estaria abrindo os olhos. “Ela está tendo alguns estímulos pequenos, mas importantes. Ela entende quem está falando com ela porque eu perguntei para ela se estava entendendo e pedi para mexer com os olhos e ela mexeu”, contou.

Nesta semana, a paciente foi transferida do tratamento intensivo para o quarto, onde deve iniciar sua reabilitação. “Ela ainda tem secreção no pulmão, os fisioterapeutas estão limpando o pulmão. Pessoal do hospital está cuidando muito bem dela. Agora é ter fé de que ela vai melhorar e ter paciência, porque as coisas são todas no tempo dela. Obrigada pelas mensagens”, pontuou Matheus.

Em reportagem da TV Globo, divulgada na quarta-feira (15), o namorado disse que após Thais inalar o condimento, a jovem ficou “tentando puxar o ar, mas o ar não ia, ela ia tentando, naquela agonia”. Medeiros foi socorrida por Matheus e pelos sogros, que percorreram seis quilômetros até a unidade de saúde em cerca de 10 minutos. “Eu achei a reação alérgica dela muito rápida e agressiva. Nunca vi isso na minha vida”, afirmou o rapaz.

Imagens das câmeras de segurança registraram sogros prestando socorro à trancista. (Foto: Reprodução/TV Globo)

Médicos apontam severidade do caso

Apesar do otimismo dos familiares, no último domingo (12), Rubens Dias, chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Anápolis (GO), disse à Globo que a jovem não deve voltar “às atividades habituais e normais”.

O médico declarou, ainda, que a jovem teve “danos irreversíveis” no cérebro. “A gente espera uma lesão neurológica grave. Pode ter uma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais, normais dela, isso, infelizmente, não”, declarou.

Murilo Carlos Santana, diretor técnico da Santa Casa de Anápolis, apontou que a jovem está com o quadro neurológico muito prejudicado. “Ela chegou já intubada. A gente pode dizer que foi um tempo importante [de chegar ao médico], porque a situação clínica atual dela mostra, pela dificuldade de oxigenação do cérebro, que ela está ainda com um quadro neurológico bem comprometido”, finalizou.

Mãe de Thaís se manifesta

Também em entrevista à Globo, Adriana Medeiros, mãe da trancista, declarou que não pretende desistir da recuperação da filha. “A gente está aí, lutando junto com ela. Eu estou aqui de braços abertos para a minha filha, para receber ela da melhor maneira que eu puder, cuidar dela”, afirmou Medeiros. “Enquanto ela tiver vida ali, eu vou lutar até o fim. Eu não vou desistir dela”, acrescentou.

Os familiares e amigos da paciente começaram uma vaquinha online para auxiliar com o pagamento da internação no hospital particular para o qual ela foi levada inicialmente. A arrecadação segue aberta, pois a internação rendeu gastos com fraldas e medicamentos para a jovem.

Thais teve uma reação alérgica na casa do namorado. (Foto: Arquivo Pessoal/ Adriano Medeiros)

Relembre o caso

Segundo Matheus, Thais estava almoçando com ele quando tudo aconteceu. “Ela estava na cozinha e entraram em assunto de pimenta. Então ela passou a pimenta no nariz e cheirou. A garganta dela começou a coçar e, logo em seguida, ela já foi perdendo as forças. E a levamos para o hospital”, contou o rapaz.

Thais, que tem asma, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela deu entrada no pronto-socorro na sexta-feira, 17 de fevereiro, por volta de 12h, na Vila Jaiara. A jovem ficou cerca de sete minutos sem pulso e 15 minutos sem oxigênio. Adriana Medeiros, mãe de Thais, contou que os problemas de respiração da filha são genéticos, e que a menina “nunca fumou, bebeu ou usou qualquer tipo de droga”.

No dia 21 de fevereiro, Thais passou por um exame que mostrou um edema cerebral – um inchaço de uma região cerebral ou de todo o cérebro, resultado do acúmulo de líquidos no tecido, aumentando o volume e consequentemente a pressão intracraniana. No dia 4 de março, a sedação foi retirada, mas ela não apresentou qualquer resposta neurológica aos estímulos.

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