Uma estudante de enfermagem de 23 anos teve o rosto cortado enquanto dormia em uma viagem de ônibus de Recife (PE) até Salvador (BA). O caso aconteceu no dia 29 de novembro, mas só veio à tona na sexta-feira (2), quando a jovem expôs a situação em suas redes sociais. Stefani Firmo passava por Conde, no litoral norte da Bahia, no momento em que percebeu os cortes. De acordo com o g1, ela levou 18 pontos na região.
Stefani viajava para fazer uma prova de residência e por conta do longo percurso, resolveu cochilar. Durante a madrugada, após quase 11 horas de viagem, a menina despertou por sentir fortes dores no rosto. “Ao passar a mão, verifiquei que estava coberta de sangue. Alguém havia me cortado violentamente”, detalhou ela no Instagram. A jovem contou que, imediatamente, foi até a poltrona de uma amiga que a ajudou com os primeiros socorros, além de acordar os outros passageiros. Assustados, eles chamaram a atenção do motorista, que a levou para um hospital e depois, para a delegacia mais próxima.
Stefani e a amiga seguiram para a Delegacia de Polícia de Conde (BA), onde autoridades colheram o depoimento de alguns passageiros. A polícia chegou a encontrar um objeto suspeito nas mãos de uma mulher que também estava no veículo. “Encontraram uma faca com a pessoa que estava atrás de mim. No entanto, ainda assim, essa pessoa foi liberada, pois, segundo a polícia, não havia elementos suficientes para decretar a prisão preventiva. Estou completamente assustada e abalada”, desabafou a estudante.
Segundo o g1, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur) de Conde instaurou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) para apurar o caso, caracterizado como “lesão leve” pelo médico que atendeu a vítima. Além disso, a faca localizada com uma passageira foi encaminhada à perícia, para saber se foi realmente utilizada na ação. Se comprovada a autoria, a mulher poderá ser indiciada por lesão corporal.
“Todos os passageiros tentaram ajudar de alguma forma, exceto a suspeita. Ela olhou para mim como se nada tivesse acontecido, não esboçou nenhuma reação. Ela desceu com a cara cínica do ônibus. Todo mundo falando dela [e ela] parecia uma psicopata. Ela negou [que teria me cortado e ainda afirmou] que não tinha nada a ver com os problemas dos outros”, revelou Stefani.
“Sempre que lembro fico abalada, porque eu poderia estar morta. Penso que foi um livramento de Deus, que pensou nos detalhes para que eu dormisse com o edredom até o pescoço e com o óculos no rosto”, detalhou.
Pelas redes sociais, a jovem fez um apelo para que as autoridades continuem investigando o caso e a empresa de ônibus colabore, disponibilizando as imagens da câmera de segurança do ônibus da frota. Segundo ela, mesmo com o requerimento expedido pela delegacia, nenhum vídeo foi disponibilizado até o momento.
“Não sei se a intenção da pessoa era me cortar gravemente ou me matar, mas o fato é que já não podemos nem mesmo viajar em segurança. Não estamos seguros em local nenhum. Provavelmente ficarei com uma lembrança eterna no rosto, que me fará relembrar esse terrível momento inúmeras vezes”, concluiu a menina, que ainda enfatizou o fato de ter sido uma violência gratuita, já que não houve briga ou qualquer situação parecida.