A história do personal trainer que encontrou a esposa tendo relações sexuais com um morador de rua, dentro de um carro, em Planaltina, no Distrito Federal, tem atraído a atenção do Brasil. Desde então, suspeitas de que Sandra Mara teria sido influenciada por seu estado psicológico já haviam circulado. Agora, a informação foi confirmada.
Segundo laudo elaborado por médicos do Hospital Universitário de Brasília, e obtido pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (28), a comerciante de 33 anos demonstra sinais de “transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica”. A mulher está internada há pouco menos de 20 dias, desde que foi flagrada pelo marido, o personal trainer Eduardo Alves de Sousa.
De acordo com Auricelia Vieira de Souza, advogada que representa o casal, o documento foi feito para atender a parâmetros médicos e jurídicos. Nele, consta também a informação de que Sandra, desde que deu entrada no hospital, vem apresentando “alucinações auditivas”, “delírios grandiosos e de temática religiosa”, “hipertimia” (alteração de humor) e “comportamentos desorganizados e por vezes inadequados”.
No diagnóstico, os médicos detalharam ainda que a mineira demonstra uma tendência a “gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiper-religiosidade”. Auricelia declarou que não há prazo para alta, visto que a cliente ainda “precisa de cuidados de saúde física e mental”. A advogada, entretanto, disse que a doença psiquiátrica de Sandra era desconhecida por Eduardo, que vive com ela há cerca de três anos.
“O Eduardo não tinha conhecimento dos problemas de saúde dela até então. Ele só fica sabendo quando acontece o episódio. Naquele momento, ao encontrá-la, ele percebe que a Sandra, que agia de forma muito diferente, estava em choque. Ela não apresentava mais pensamento organizado. Naquele dia, até então, tinha cumprido todas as suas funções normais como dona de casa e mãe. Levou a filha na escola, foi ao dentista, trabalhou em sua loja de roupas”, afirmou Auricelia.
A profissional, por fim, preferiu não comentar sobre uma possível anexação do laudo, em uma acusação de suposta violência sexual cometida pelo sem-teto, Givaldo Alves: “Seria leviano antecipar qualquer tese. Nós confiamos no trabalho da polícia. É uma análise multidisciplinar. Nossa atuação é humanizada, graças a Deus. Em torno da violência sexual, há uma órbita de teses que podem ser exploradas, um aspecto por si só não pode tratado como palavras ao vento”. A investigação do caso corre em segredo de Justiça.