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O empresário e influenciador Ricardo Godoi, que morreu após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem, tinha hipertrofia no coração, de acordo com o laudo pericial divulgado nesta quarta-feira (26), pelo delegado Aden Claus. O exame no corpo de Godoi, que faleceu em 20 de janeiro em Itapema, Santa Catarina, confirmou a suspeita de um desenvolvimento excessivo do músculo cardíaco.
Além da hipertrofia no coração, a família de Ricardo confirmou o uso de anabolizantes, atestado pelas autoridades. A causa da morte foi parada cardiorrespiratória, conforme o hospital onde ele foi atendido. O corpo do influenciador foi exumado no dia seguinte ao sepultamento, pois não havia sido submetido ao exame cadavérico.

O caso continua sendo investigado pela polícia de Itapema, que apura a possibilidade de homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. Ricardo Godoi, de 46 anos, era empresário, dono de uma empresa de carros de luxo, casado e pai de quatro filhos. Ele morreu no Hospital Dia Revitalite, que, em nota, afirmou que apenas forneceu a sala operatória e os equipamentos, não se envolvendo no procedimento realizado. Leia na íntegra:
“O Hospital Dia Revitalite vem a público expressar suas mais sinceras condolências aos familiares do Sr. Ricardo Godoi, que infelizmente faleceu durante procedimento realizado por intermédio de médico particular contratado pelo studio de tatuagem e pelo próprio falecido.
Esclarecemos que a atuação do hospital se limitou à disponibilização de uma sala operatória e demais equipamentos necessários homologados pelo CRM/SC e que compõem uma Sala Cirúrgica completa. Ressaltamos, portanto, que o Hospital Dia Revitalite não teve qualquer participação no procedimento realizado, tampouco qualquer membro do nosso quadro clínico esteve envolvido em qualquer etapa do procedimento até a intercorrência.
Como em todo e qualquer caso, estamos colaborando integralmente com as autoridades competentes e fornecendo todos os esclarecimentos e documentos protocolares exigidos por lei para a apuração das circunstâncias que levaram ao lamentável ocorrido.
Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar de todos que utilizam nossas instalações e serviços. Neste momento de dor, renovamos nosso apoio e solidariedade aos familiares e amigos”.
Segundo o estúdio de tatuagem responsável pela aplicação, Godoi teve uma parada cardiorrespiratória logo no início da anestesia geral, antes que o procedimento de tatuagem fosse iniciado. O estúdio afirmou que um cardiologista foi chamado para tentar reanimá-lo, mas sem sucesso.

Confira o comunicado do estúdio:
“Primeiramente o Studio de Tatuagem lamenta profundamente o falecimento do Ricardo, que além de cliente era um grande amigo do proprietário do Studio. Esclarecemos que o Ricardo iria fazer conosco um fechamento de costas com anestesia geral, sedação e intubação. Para isso contratamos um hospital particular com toda equipe, equipamentos e drogas anestésicas necessárias para a segurança do procedimento. Contratamos também um médico com especialização em anestesiologia e experiência em intubação, que teve sua documentação aprovada pelo hospital.
Foram solicitados previamente exames de sangue, que não apontaram nenhum risco explícito [para] a realização do procedimento. O Ricardo assinou o termo de consentimento de risco do procedimento. O que ocorreu é que no começo da sedação e intubação ele teve uma parada cardiorrespiratória, que ocorreu antes mesmo de começarem a tatuarem ele, que foi verificado rapidamente e chamado um cardiologista para tentar reanimar ele, infelizmente sem sucesso”.

O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) divulgou um parecer que orienta os profissionais sobre os procedimentos envolvidos em tatuagens. O documento, datado de 6 de junho de 2024, esclarece que não há uma proibição para que os tatuadores apliquem anestesia antes de realizar o procedimento, mas destaca a importância de avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios dessa prática.
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