O laudo pericial sobre o homicídio do comerciante Igor Peretto, de 27 anos, encontrado morto no apartamento da irmã, Marcelly Peretto, revelou novos detalhes do crime. As informações do g1 apontam que Igor foi brutalmente assassinado com 11 facadas, sendo sete na região peitoral e as demais na cabeça e costas. O crime ocorreu no dia 31 de agosto, em Praia Grande (SP).
Segundo o laudo obtido pela reportagem, a cena do crime apresentava evidências de uma luta corporal violenta. O documento aponta que Igor levou sete facadas na região peitoral, uma na testa, uma no lado direito do rosto, uma próxima à orelha direita e uma nas costas. O corpo da vítima foi encontrado no quarto da suíte, e o apartamento exibia manchas de sangue espalhadas por vários cômodos, incluindo a sala, cozinha e corredor.
A perícia também encontrou manchas de sangue fora do apartamento, nos corredores e escadarias do prédio, entre o 4ª andar, onde mora Marcelly, e o 2º andar. Esses vestígios sugerem que o suspeito pode ter se ferido durante o ataque, o que pode auxiliar as investigações com a realização de exames de DNA.
Ainda segundo o documento, a porta do guarda-roupa estava danificada e tombada, sugerindo um confronto físico intenso no local. Além disso, os batentes das portas do banheiro e do quarto apresentavam sinais de danos que indicam possíveis tentativas de arrombamento. Entretanto, não foram encontrados fragmentos de madeira, o que levanta a hipótese de que os danos possam ser anteriores ao crime.
De acordo com a perícia, a provável arma do crime, uma faca de 36 cm de comprimento, com 23 cm de lâmina pontiaguda e largura máxima de 5 cm, foi encontrada no chão do banheiro social. Coberta de sangue, a faca foi analisada e considerada compatível com as lesões no corpo da vítima. O documento indica ainda que a lâmina estava ligeiramente entortada, o que sugere que foi usada com uma força considerável durante o ataque.
No momento do homicídio, Marcelly e seu marido, Mario Vitorino, estavam no local. Rafaela Costa, viúva de Igor e amante de Mario, também esteve no apartamento, mas saiu antes de o marido e Mario chegarem. As investigações apontam que os três são suspeitos de envolvimento no assassinato. Marcelly e Rafaela foram presas no dia 6 de setembro, e Mario foi detido no último domingo (15), na casa de um tio de Rafaela, em Torrinhas (SP).
Mario, cunhado e sócio de Igor, foi conduzido à Delegacia Seccional de Rio Claro (SP), onde passou por audiência de custódia na segunda-feira (16), e teve sua prisão mantida. A captura do suspeito foi possível graças a uma denúncia anônima recebida pelo irmão da vítima, o vereador Tiago Peretto. De acordo com a defesa de Mario, ele teria agido em legítima defesa.
Segundo o advogado Mário Badures, um confronto físico teria começado após a vítima partir pra cima de Vittorino com um pedaço de vidro quebrado. “Trata-se de um caso em que o investigado agiu com todos os requisitos e pressupostos em legítima defesa“, declarou. Mario e Marcelly, embora ainda casados, já não moravam juntos na época do crime.