Hugo Gloss

Madrasta é presa no RJ acusada de envenenar enteados com chumbinho, e mãe se revolta após perder filha: ‘Ela sabe como matar’

Madrasta

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Uma mulher de 49 anos foi presa pelas autoridades do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (20), acusada de envenenar os enteados com chumbinho, remédio comumente usado para matar ratos. Segundo o jornal O Globo, Cíntia Mariano Dias Cabral ainda tentou se matar ao ser investigada. Fernanda, de 22 anos, morreu em março, após ficar 13 dias internada, enquanto seu irmão Bruno, de 16 anos, conseguiu chegar ao hospital a tempo.

“A prisão temporária de 30 dias foi decretada por homicídio tentado, qualificado, com emprego de veneno. Tudo leva a crer que a motivação seria ciúmes do relacionamento do marido com os filhos naturais”, disse o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP e responsável pelo caso.

De acordo com a mãe das vítimas, Jane Carvalho Cabral, o filho Bruno desconfiou do feijão servido pela madrasta, que tinha “pedrinhas azuis”. “Ele achou estranho como as coisas aconteceram. Ela serviu o feijão, entregou o prato, e pediu para que ele completasse com as outras coisas. Quando ele começou a comer, estranhou o gosto e encontrou pedrinhas azuis pequenas, como se tivessem sido trituradas. Ele perguntou o que era aquilo. Foi quando ela arrancou o prato dele, nervosa, tirou a parte das bolinhas e colocou mais feijão, como se quisesse disfarçar o gosto”, contou.

Ainda, segundo Jane, o menino já tinha o “pé atrás” com Cíntia e pediu que a mãe o buscasse imediatamente. Ao chegar em casa, o jovem teria tentado vomitar o almoço, mas não conseguiu e sintomas como sonolência, falta de ar, tontura e corpo paralisado começaram a aparecer.

“Quando vi os olhos dele revirando, pensei em envenenamento. Na mesma hora, liguei para o pai e fui descendo as escadas com ele. Vieram os dois socorrer. Quando ela (madrasta) chegou aqui, gritei na mesma hora: ‘O que você colocou nesse feijão?’. Já não tinha mais dúvida de nada. Tudo o que o Bruno estava tendo foi o que eles falaram que a Fernanda teve lá. A língua enrolando, o corpo molhado de suor”, continuou.

Mesmo após uma lavagem estomacal, o adolescente precisou ser entubado e, pelo diagnóstico dos médicos, Bruno tinha uma quantidade de chumbo “muito grande para qualquer refeição”. “Como todo hospital tem um policial, houve a suspeita e daí já teve de abrir um inquérito. De lá, já fomos para a delegacia, mas eu já não tinha mais dúvida. E eu sabia que tinha algo com o caso da Fernanda. Mas como ninguém fez a lavagem, o veneno ficou ali, nela”, afirmou a matriarca.

Jane com os filhos, Fernanda e Bruno. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Na época da morte da mais velha, que teve sequelas causadas por uma parada cardíaca, a madrasta teria insinuado que Fernanda havia passado mal após “tomar algo” durante um treino na academia. “A sorte é que meu filho é tranquilo e observador. Graças a ele, essa máscara caiu e nós estamos fazendo justiça pela Fernanda e por ele próprio, que quase perdeu a vida”, disse Jane.

Após a acusação e com o início das investigações, os policiais recolheram o feijão para análise, mas antes do resultado a madrasta tentou se matar. “Dizem que ela tentou se matar, que tomou vários calmantes. Mas, se ela quisesse se matar, teria tomado a dosagem que deu para a minha filha. Tomava chumbinho, botava lá no feijãozinho dela. Ela sabe como matar”, disparou Jane.

“Ela me afrontou, disse que era para levar o feijão lá, para ver se tinha alguma coisa. E eu falei que o problema nunca esteve na panela de feijão, estava no prato que ela deu para o meu filho, porque ela não queria envenenar a família inteira. Se eu tivesse lá, eu fazia ela comer esse feijão. Agora, quero que ela fique na cadeia para o resto da vida. Ela tem uma energia horrível”, acrescentou a mãe das vítimas.

Outras mortes investigadas

Segundo o G1, Cíntia está presa em Benfica, no Rio de Janeiro, e durante o depoimento ficou em silêncio por recomendação dos advogados. No entanto, um de seus filhos biológicos teria contado que a mãe confessou ter envenenado Fernanda e Bruno com chumbinho.

De acordo com o delegado Flávio Rodrigues, outras duas mortes suspeitas estão sendo investigadas. “Seria a do ex-marido da Cíntia e de uma vizinha dela. Eles morreram repentinamente e até hoje não se descobriu as causas das mortes”, disse. Os profissionais responsáveis pela defesa da mulher afirmaram que só pretendem se manifestar após terem acesso aos autos do inquérito.

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