Thayná Branco e sua mãe, Márcia Alves, foram vítimas de um golpe de falso aluguel em Santos, litoral de São Paulo, no dia 10 de agosto. Em entrevista ao g1, divulgada nesta segunda-feira (26), a dupla contou os detalhes do crime que resultou em um prejuízo de R$ 1,7 mil.
De acordo com Thayná, encarregada de departamento pessoal, ela e a mãe estavam vivendo em um apartamento alugado quando foram surpreendidas com a notícia de que o imóvel havia sido vendido. Forçadas a encontrar uma nova residência rapidamente, Márcia encontrou um anúncio de aluguel nas redes sociais.
O apartamento, localizado na Avenida Conselheiro Nébias e anunciado por R$ 1,7 mil mensais, chamou a atenção. Thayná entrou em contato com a anunciante, recebeu as chaves do porteiro e fez uma visita ao imóvel. Após a visita, mãe e filha informaram a suposta proprietária, que não estava presente, que gostaram do local. No entanto, o imóvel não atendia totalmente às suas necessidades, sendo uma sala living em vez de um apartamento com pelo menos um quarto.
A golpista, então, ofereceu um segundo imóvel que correspondia às expectativas de Thayná e Márcia. Localizado na Avenida Presidente Wilson, com vista para a praia, a golpista garantiu que o aluguel seria o mesmo valor. Thayná, querendo confirmar se o preço permaneceria inalterado devido à localização privilegiada, recebeu a confirmação da falsa proprietária.
“Eu falei: ‘O apartamento é nosso’ […]. A gente tinha saído com a intenção de só voltar para casa com o imóvel, e ela [golpista] entendeu o desespero”, explicou Thayná ao g1.
Confiante, a dupla visitou o novo local e recebeu a permissão do porteiro para ver o apartamento. Thayná, acreditando que o apartamento estava garantido, iniciou o processo com a golpista, que solicitou documentos e o pagamento de dois meses de aluguel como garantia, prometendo enviar o contrato na segunda-feira, 12 de agosto.
Embora Thayná tenha concordado em pagar, ela pediu uma foto de um documento antes de fazer a transferência. A golpista enviou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e ainda sugeriu que, caso Thayná estivesse insegura, seria melhor procurar uma imobiliária.
O pagamento de R$ 1,7 mil foi realizado e os documentos foram enviados enquanto ainda estavam visitando o imóvel. No entanto, ao retornar para casa, Thayná começou a desconfiar da facilidade e do preço atrativo do aluguel.
Ao pesquisar o nome da proprietária, Thayná descobriu que o documento enviado era falso, com informações incorretas sobre data de nascimento e filiação. Além disso, ela encontrou o mesmo imóvel sendo anunciado por mais de R$ 3,5 mil em uma imobiliária. Ao entrar em contato com o estabelecimento, percebeu que havia caído em um golpe.
“Naquela hora, eu falei: ‘Ferrou, é golpe mesmo. Não tem jeito’. Fui à delegacia e tive que contar para a minha mãe, que ficou arrasada e só chorava”, lembrou a jovem.
Apesar de registrar um boletim de ocorrência, Thayná ainda tentou um último contato com a golpista, pedindo o reembolso. A falsa proprietária prometeu devolver o dinheiro, mas bloqueou Thayná no aplicativo.
“A minha mãe chamou de outro número, xingando. Ela começou a debochar, ela ou ele, que a gente não sabe mais quem está falando […]. Um absurdo, dá uma sensação de impotência”, disse a jovem, que pretende acionar a Justiça.
A golpista, por mensagem, zombou do desespero das vítimas e ironizou dizendo que o boletim de ocorrência não adiantaria. Ela também revelou que a conta bancária utilizada era falsa, criada com dados de terceiros para ocultar sua identidade. “A senhora sabe que boletim não adianta nada, né? Infelizmente, o Brasil é assim”, ironizou. Ela ainda chegou a dizer: “[Deus] conhece meu coração. Será que você não mereceu?”.
A instituição bancária que recebeu o pagamento de R$ 1,7 mil não se manifestou sobre o caso, e o g1 não informou se as vítimas conseguiram reaver o valor.