Mãe e filha são resgatadas em Eldorado do Sul, no RS, após pedido de socorro usando batom; assista

Atualmente, Rosângela e Jade Bruckhoff estão abrigadas na casa de familiares em Porto Alegre

Rosângela e Jade Bruckhoff conseguiram ser resgatadas em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, após escrevem um pedido de socorro na varanda de casa usando um batom. A moça relatou à RBS que tomou a iniciativa após vários helicópteros passarem pela residência, mas não pousarem para socorrê-las. Mãe e filha, que residiam na Região Metropolitana de Porto Alegre, ficaram dois dias sem água e com pouca comida.

O município gaúcho ficou completamente inundado e dos 40 mil habitantes, pelo menos 25 mil tiveram que sair das residências. O resgate da família Bruckhoff ocorreu no dia 4 de maio e ajudou outras 12 pessoas que moravam no mesmo local. O momento foi filmado pelos bombeiros. Assista:

À reportagem, Jade descreveu os dias de tensão. “Eu chamei meu irmão, porque a água estava subindo muito e está muito rápido. E foi subindo cada vez mais. Estava muito desesperador, por causa das crianças, por causa da mãe. A gente queria sair [dali], recordou. Depois de dois dias, sem qualquer sinal de resgate, ela teve a ideia de usar um batom para pedir socorro.

“E aí eu tive a ideia de escrever com batom vermelho no vidro pra ver se eles voltavam pra resgatar a gente. Foi [o que fez o pessoal identificar], graças a Deus. Foi isso que salvou a gente”, acrescentou a estagiária de contabilidade.

Rosângela também reagiu à tragédia, e comentou o instante em que foi salva. “É um desespero. Entrei ali e já me senti mais segura. Eles foram sensacionais, sabe? Eles passaram uma segurança, uma confiança pra nós”, declarou a senhora.

Mãe e filha foram socorridas após pedido escrito na varanda com batom (Foto: Reprodução/RBS TV)

Mãe e filha foram abrigadas em casa de familiares em Porto Alegre, e sobrevivem com o que ganham de doações. “A gente tá aqui, graças a Deus, pra poder recomeçar, voltar a trabalhar”, pontuou Rosângela. No momento, a angústia delas se dá pela ausência dos animais de estimação, que ficaram em Eldorado do Sul.

“Nós temos sete gatinhos que estão divididos em dois apartamentos. Temos duas cachorrinhas também”, listou a mãe. Jade por sua vez, expressou sua preocupação pela falta de alimento. “Eles estão com pouca ração, não tinha tanta. Os meus tinham um saco, que eles rasgaram para poder comer”, explicou. Contudo, os bombeiros retornaram na casa onde a família foi resgatada para também salvar os animais.

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Tragédia no RS

Com nove mortes confirmadas no domingo (12), o Rio Grande do Sul chegou a 145 vítimas devido aos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. O boletim mais recente da Defesa Civil indica que, além delas, 132 pessoas estão desaparecidas e 806 feridas.

Até o momento, estima-se que mais de 600 mil indivíduos estão fora de casa. Cerca de 81 mil e 200 pessoas estão em abrigos e mais 538 mil estão desalojados (em residências de amigos e parentes). De acordo com o g1, 447 municípios foram atingidos, com mais de 2 milhões de pessoas afetadas. Por ora, registra-se o resgate de 76.399 pessoas e 10.555 animais.

Rosângela e Jade recordaram os momentos desesperadores que antecederam o resgate (Foto: Reprodução/RBS TV)

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Chuvas fortes e alertas

A previsão do tempo aponta que a chuva deve perder força no estado gaúcho a partir desta terça-feira (14). Apesar disso, o poder público permanece em alerta devido ao aumento dos níveis de rios e lagos, consequência do acumulado de chuva dos últimos dias.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu no domingo (12) alerta de riscos hidrológicos e geológicos muito altos no RS. A Climatempo sinaliza que as regiões mais impactadas são a Metropolitana de Porto Alegre, a Sul, dos Vales e Serra.

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