A casa onde Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados em 2002 voltou a chamar atenção na zona sul de São Paulo. Segundo o colunista Ullisses Campbell, do O Globo, o imóvel abandonado no Campo Belo tem atraído grupos de jovens, que param diante do portão para fazer fotos e vídeos.
A movimentação diária tem incomodado quem vive na rua. Moradores relatam barulho, fluxo constante de desconhecidos e preocupação com a segurança da área. Ainda de acordo com o jornalista, cresce entre eles o receio de que a casa, mantida fechada e sem vigilância, acabe sendo usada como esconderijo por criminosos.
“Temos medo de que a propriedade, sem vigilância e sem uso, possa virar esconderijo de assaltantes que atuam na região”, desabafou Maria Emília de Médicis, de 56 anos, vizinha da casa. Ele ainda apontou que a piscina interna ficou tomada por água parada, o que pode transformar o espaço em um possível criadouro do mosquito da dengue.

A aparência atual reforça a sensação de abandono. Apesar de ter recebido reparos externos anos atrás, a residência está praticamente destruída, de acordo com Ullisses. Maçanetas desapareceram, a caixa de correio foi arrancada, a vegetação tomou conta do terreno e a fachada perdeu o aspecto original.
O tema já entrou na pauta da Associação de Moradores do Campo Belo, que busca uma resposta do proprietário. Há relatos de que o imóvel vem sendo alvo de furtos ao longo dos anos, intensificando a preocupação dos moradores da região.
O dono atual contou que comprou a casa sem saber da tragédia envolvendo a família Richthofen. Ele afirmou que não pretende morar ali ou colocar a propriedade à venda no momento, mas garante que o IPTU está pago. “Todos os dias tem gente lá fazendo fotos, selfies e vídeos para as redes sociais. Isso causa muito incômodo”, relatou o homem, que não quis ser identificado.

Nas redes sociais, contudo, o endereço ganhou outra função. Vídeos no Instagram, TikTok e X (antigo Twitter) mostram influenciadores e visitantes descrevendo a sensação de estar diante da casa. Alguns falam em “emoção” ao ver o local ligado ao crime, outros mencionam uma suposta “energia pesada” ao se aproximarem do portão. “Gente, sinto uma energia negativa muito forte vindo de dentro da casa. Mas, ao mesmo tempo, é uma energia contagiante”, contou um internauta. Veja as fotos:
Crime que marcou o Brasil
O assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen ganhou notoriedade no país pelo desenrolar das investigações, em 2002. Inicialmente o caso foi tido como latrocínio, mas dez dias depois Suzane von Richthofen, seu então namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, confessaram o crime. A motivação, segundo eles, foi porque os pais eram contra o namoro.
Cristian recebeu pena de 38 anos. Já Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos de prisão. Atualmente, o trio cumpre pena em regime semiaberto. Em setembro do de 2023, Campbell afirmou que Suzane conheceu seu atual companheiro em um aplicativo de namoro, com quem tem um filho.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques