Marçal usou processo de outra pessoa com mesmo nome para associar Boulos ao uso de drogas, diz jornal; candidatos se manifestam

Suposta ação judicial comentada por Marçal foi extinta em 2006

Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, ameaçou apresentar um dossiê contra o deputado Guilherme Boulos (PSOL), no qual associa o adversário ao uso de drogas. No entanto, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o relatório mencionado pelo ex-coach faz referência a uma pessoa com o mesmo nome de Boulos.

Em um comentário recente, Marçal disse: “Vou provar, ninguém vai me segurar. Já foi preso portando droga, e eu vou mostrar. Está no segredo de Justiça, aguarde que eu estou resolvendo para te mostrar. E não adianta vir com fabulazinha de: ‘Minha filha tá chorando’. Ela vai chorar duas vezes quando descobrir que você realmente é um mentiroso, um drogado, e não faz o exame toxicológico porque vai sair no exame”. No debate da Band, ele fez o gesto de pressionar o nariz ao se dirigir a Boulos, insinuando o uso de cocaína.

No texto divulgado nesta quarta-feira (28), o veículo afirma que a Justiça Eleitoral determinou que o ex-coach removesse os vídeos nos quais chama o deputado de “aspirador de pó”. Segundo o jornal, o documento colhido por Marçal seria uma lista de processos judiciais buscados na Justiça apenas com o filtro das palavras-chave “Guilherme” e “Boulos”, e não pelo CPF do candidato. O resultado é uma listagem sem detalhamentos.

A Folha de S. Paulo afirma que, de fato, existe um processo por “posse de drogas para consumo pessoal” no nome de Guilherme Boulos. A pessoa, entretanto, não é Guilherme Castro Boulos, candidato do PSOL, mas sim Guilherme Bardauil Boulos, empresário que tenta uma vaga como vereador pelo Solidariedade.

Em declaração ao portal, o empresário confirmou a ação judicial, mas ressaltou que o caso envolveu maconha e não cocaína. “Houve esse incidente quando eu tinha 21 anos e foi um ato imprudente que ocorreu na minha juventude na época de faculdade. Mas isso é coisa do passado, que aconteceu há 23 anos”, esclareceu. A ação foi extinta em 2006.

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Boulos e Marçal se manifestam

Com a repercussão da notícia divulgada pela Folha de S. Paulo, ambos os candidatos se manifestaram. Em um post nas redes sociais, Guilherme Boulos disse que “a farsa de Marçal foi desmontada”. “Uma malandragem para construir fake news vergonhosa. Ele não é bobo, ele sabia que são pessoas diferentes, não foi enganado. Essa tática vergonhosa, criminosa, do Marçal caiu por terra porque foi desmontada. Marçal ganhou a vida fazendo estelionato, agora queria enganar os eleitores de São Paulo”, descreveu o representante do PSOL.

Já Marçal comentou ao O Globo que a “prova” que pretende apresentar, na verdade, era uma suposta internação, não uma condenação judicial. “Não entendi de onde tiraram isso. Se alguém quer fazer defesa do Guilherme, peça a ele para fazer o exame toxicológico. A questão, que eu já tenho em mãos, eu vou mostrar na hora certa. Se alguém quiser ficar investigando também, tem a ver com internação”, alegou o candidato.

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