Nesta semana, as investigações sobre o assassinato da contadora Kaianne Bezerra Lima Chaves, de 35 anos, tiveram novos desdobramentos. Segundo o g1, Leonardo Nascimento Chaves foi preso suspeito de mandar matar a própria esposa. O crime, antes apontado como latrocínio – roubo seguido de morte -, aconteceu em 26 de agosto, na residência onde o casal morava em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza.
As investigações apontaram que ele encomendou a morte da contadora para ficar com um seguro de vida avaliado em R$ 90 mil. Segundo a Polícia Civil, Leonardo estava com passagens compradas e planejava fugir para Portugal. Ele foi preso na quarta-feira (6), por equipes da Delegacia Metropolitana de Aquiraz, quando saía da casa da mãe da vítima.
De acordo com as autoridades, o suspeito ainda enviou mensagens aos familiares de Kaianne pedindo que eles diminuíssem as cobranças à polícia sobre o caso. Para justificar, o homem afirmou que se “sentia mal” ao relembrar a tragédia. “Vamos reduzir essas postagens, de ficar cobrando, porque a polícia já fez 90% do trabalho dela”, disse ele em uma das mensagens. “Eu me sinto mal toda vez que abro meu Instagram e vejo todos os familiares repostando os vídeos pedindo justiça”, relatou em outro trecho.
Em depoimento, antes de ser identificado como mandante, Leonardo contou que a residência do casal havia sido invadida por dois homens armados, que teriam amarrado ele e a esposa em cômodos diferentes. Além de ser espancada, a contadora foi morta com um “golpe de um objeto contundente no pescoço”.
Três dias após o crime, o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro, de 39 anos, e um adolescente de 16 anos foram detidos suspeitos de participação. A câmera de segurança de um shopping, porém, mostrou que o marido encontrou com os dois suspeitos no estacionamento por volta das 20h35, momentos antes da invasão.
Leonardo conversou com a dupla por cerca de 10 minutos, antes de ir pra casa simular o assalto que resultou na morte da esposa. De acordo com as investigações, Leonardo ainda pediu que os criminosos o agredissem para reforçar o álibi de que o casal havia sido vítima.
“Com a experiência que a gente tem desses fatos, a gente percebeu uma certa facilidade para os criminosos entrarem na casa. Quando a gente fez uma segunda oitiva desse crime, apuramos informações que não batiam com o que o criminoso dizia, foi quando a gente viu que ele não era vítima, mas autor do crime”, explicou o delegado Gustavo Pernambuco. Leonardo foi indiciado por feminicídio e colocado à disposição da Justiça. Segundo o policial, eles ainda investigam o envolvimento de outras pessoas.
Ao g1, um familiar Kaianne Bezerra afirmou que o suspeito deu “versões contraditórias” do caso. “Na noite do crime, ele nos disse que tinham ido lanchar no shopping, quando recebeu a ligação de um vizinho avisando que ele havia deixado o carro com o farol ligado em frente a casa. Aí eles voltaram, ele apagou o farol, deixou ela em casa e saiu para comprar janta”, contou.
“Se eles tinham lanchado, por que ele ia sair de novo para comprar janta? Depois disse que botou para esquentar no micro-ondas e foi regar as plantas. Se ele acabou de comprar, essa janta veio fria? Tinha muita coisa que não estava batendo”, acrescentou o parente da vítima. O mesmo familiar ainda revelou que foi o único a desconfiar do viúvo e que, por isso, acabou brigando com pessoas próximas. “A família está toda abalada”, relatou.