McDonald’s faz reunião sobre mulheres que moram há 3 meses em loja do Leblon, e cogita processo, diz CBN

O caso foi exposto pela CBN. Morando no local há meses, Suzy e Bruna estariam procurando apartamento no bairro

McDonald’s

Nesta quinta-feira (25), após a repercussão do caso de duas mulheres que estão morando no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, a empresa fez uma reunião interna para avaliar a situação. Segundo uma fonte relatou à CBN, o encontro em nível nacional foi solicitado pelo proprietário da loja na capital carioca. O departamento jurídico da rede cogita processar as duas por abuso do consumidor.

Na reunião, de acordo com a fonte, o empresário afirmou que está de “mãos atadas”, já que Suzy e Bruna são consumidoras, sempre compram na lanchonete e ainda pagam com cartão de débito. Ele relatou que chegou a procurar a prefeitura do Rio, mas que as mulheres continuaram recusando qualquer auxílio – tanto do poder público quanto de moradores.

Uma equipe da Secretaria da Mulher e da Secretaria de Assistência Social do Rio foi até o local, mas o contato foi dispensado. Assistentes sociais do Segurança Presente também estiveram no McDonald’s, mas teriam sido recebidas de “forma ríspida” e não conseguiram fazer o cadastro de mãe e filha. O contato de moradores, empresários e policiais militares também foi negado.

Suzy e Bruna recusaram ajuda de moradores e do poder público. (Foto: Reprodução/ CBN)
Suzy e Bruna recusaram ajuda de moradores e do poder público. (Foto: Reprodução/ CBN)

Segundo o advogado Gabriel de Britto Silva, especialista em direito do consumidor, uma ação focada em abuso do consumidor só tem fundamento se a loja deixar as regras de permanência claras para os clientes. “O McDonald’s é lugar aberto ao público, mas as normas e regras de permanência devem ser fixadas pelo fornecedor e devem estar dispostas de forma expressa que deverão valer para todos os consumidores. As normas só não podem gerar discriminação abusiva”, explicou ele à CBN.

“Fora isso, é direito do fornecedor regular o seu próprio estabelecimento. O McDonald’s é um fast-food e como o próprio nome diz, comida rápida, não é razoável que o consumidor permaneça a ocupar o lugar durante um dia inteiro, muito menos por três meses”, acrescentou.

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O caso foi revelado pela rádio ainda nesta quinta (25). A CBN conseguiu conversar com a dupla e acompanhou a rotina delas nas últimas semanas. Elas explicaram por que vivem no local e em que momento pretendem ir embora. Equipes do poder público, no entanto, apontaram divergências nos depoimentos e um ambulante admitiu que as conhece, mencionando um “golpe”. Detalhes no comportamento e no estilo de vida das mulheres chamam atenção dos moradores.

Com cinco malas grandes, elas dormem sentadas na calçada, esperam os funcionários abrirem a loja e passam o dia na lanchonete. As refeições são todas feitas no local. A rede de fast food, localizada entre as ruas Carlos Góis e Ataulfo de Paiva, fecha às cinco da manhã e reabre às dez. “Quando o Mac fecha, elas ficam sentadas do lado de fora, não se afastam. Quando abre, de manhã, elas entram e pegam sempre a mesa perto da porta. Muito triste, morar em uma lanchonete é uma situação insustentável”, disse um morador. Clique aqui para entender essa história.

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