Uma médica, identificada como Fedra Emanuela Aquino, agrediu e xingou o motorista de aplicativo Luan Felipe de Araújo Cruz após ele se recusar a entrar no condomínio onde ela mora. O caso aconteceu no dia 26 de dezembro, no bairro Horto Florestal, em Salvador (BA), mas só foi divulgado nesta terça-feira (7). A câmera de segurança do veículo chegou a gravar o momento.
No vídeo, Luan informa para Fedra que não “há necessidade de entrar” no condomínio, o que a revolta. “Eu nunca ouvi ninguém dizer uma coisa dessa pra mim. Nem um Uber, nem um táxi. Tem [necessidade] sim. O senhor buzina, eles abrem a porta e entra”, argumentou a passageira.
O motorista, porém, foi firme na decisão. “Eu já estou com outra corrida. É só a senhora descer aqui”, disse. Foi quando Fedra começou a gritar dentro do carro. “Não, eu não desço! Eu não desço porque eu tenho medo! Eu estou cheia de joias”, afirmou ela.
De pronto, Luan aponta um segurança para tentar tranquilizá-la, mas a situação piora. “Não senhor, por favor, entre”, insistiu a passageira, diante da recusa do motorista. “O senhor vai entrar sim, porque eu não vou ficar na rua”, repetiu Fedra. “A senhora vai ficar aí então”, cravou o homem.
Foi então que Fedra levantou de assento e pegou volante, dizendo que “vai entrar” no condomínio. Em seguida, a médica começou a bater em Luan, dando tapas no rosto e no braço dele, e a xingá-lo de “imbecil” repetidas vezes.
Por fim, o motorista desligou o veículo e mandou a passageira sair do carro. Com os dois já ao lado de fora, é possível ouvir Luan dizendo que o ataque foi gravado.
Assista à íntegra:
🚨 Veja momento em que médica agride motorista de app após recusa de entrar em condomínio em Salvador (BA): pic.twitter.com/ACAGRAzg0p
— Cenarium (@cenariumam) January 7, 2025
Ao UOL, o advogado Josenor Costa, que defende a vítima, explicou que Luan fez um boletim de ocorrência no mesmo dia do episódio. Segundo ele, o trabalhador vai prestar depoimento na tarde desta quarta-feira (8) na delegacia de Brotas, em Salvador.
Costa também mencionou que pretende entrar com duas ações: uma por danos morais e outra na área criminal por agressão física de natureza leve. “Mas ainda vamos marcar uma reunião para ver se, além da agressão, houve mais alguma questão que se encaixe na área criminal. A questão é que ele só começou a filmar depois que ela se alterou, não tem o que houve antes”, analisou.
O advogado reforçou que o destino final de Luan com a passageira foi aquele marcado no aplicativo, e que seu cliente não tinha “qualquer obrigação de levá-la para outro ponto dentro de um condomínio fechado, como exigia”.
“Ele tem de levar até o destino onde o aplicativo manda. Além do mais, ela mora em um condomínio de luxo, que tem segurança na porta e em moto fazendo ronda. O risco que ela alega ter é mínimo”, apontou.
O episódio está sendo investigado pelas autoridades. Em nota, a Polícia Civil da Bahia declarou que a 6ª Delegacia Territorial (DT/Brotas) registrou a ocorrência como injúria, e que “as investigações, incluindo diligências e depoimentos, continuam em andamento para esclarecer os detalhes do caso”.