Os homens que mataram três médicos de São Paulo em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, atiraram pelo menos 33 vezes contra as vítimas. O crime aconteceu na madrugada desta quinta-feira (5), e a ação foi registrada por câmeras de seguranças do estabelecimento. A polícia acredita que o crime foi uma execução. As informações são do g1.
Momentos antes dos assassinatos, os quatro médicos tiraram uma foto juntos ainda no quiosque. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, que assumiu as investigações, acredita que o crime se trata de execução, já que nada foi levado e os homens já chegaram atirando. Testemunhas também relataram que os bandidos não falaram nada durante a ação, que durou aproximadamente 20 segundos.
Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, vítimas fatais da ação, e Daniel Sonnewend Proença, levado com vida para o hospital, estavam na cidade para um congresso de ortopedia. O grupo se hospedou no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, e no início da madrugada estavam em um quiosque em frente ao hotel. Por volta de 00h59, um carro branco parou e homens desceram disparando à queima-roupa, com pistolas de 9mm. No vídeo, um dos atiradores volta ao quiosque para checar o estado dos alvos e ao notar que um médico tentava fugir, atira novamente.
Corsato faria 63 anos na próxima semana. Ele era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A instituição se manifestou em nota ao jornal O Globo, e enviou “condolências aos familiares e amigos”. A família dele descobriu sobre o assassinato na manhã de hoje, e desconhece detalhes do crime. “Acabamos de receber receber uma notificação. Não sabemos detalhe nenhum, só o que saiu na reportagem“, disse Maria Eugenia Corsato, uma das filhas do médico.
Perseu completou 33 anos nesta terça-feira (3). Ele era especialista em Cirurgia do Pé e Tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Proença foi o quarto médico atingido pelo menos três vezes e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ele poderá ser transferido para uma unidade particular. O profissional é formado pela Faculdade de Medicina de Marília e especialista em cirurgia ortopédica.
Diego Bomfim chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Ele era irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL). O Ministro da Justiça Flávio Dino anunciou as medidas já tomadas e enviou condolências para a parlamentar. “Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu.
Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à…
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) October 5, 2023
Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, disse que determinou à Polícia Civil que usasse todos os recursos para esclarecer o crime. “Determinei ao secretário de Polícia Civil do Rio que empregue todos os recursos necessários para chegar à autoria do crime bárbaro que tirou a vida de três médicos e feriu outro na Barra da Tijuca. Minha solidariedade aos familiares das vítimas“, declarou. Castro informou que também conversou com Dino. “Vamos unir forças para chegar à motivação e aos autores. Esse crime não ficará impune!“, afirmou.
Entrei em contato com o ministro da Justiça, @FlavioDino, que colocou a Polícia Federal à disposição das investigações. Vamos unir forças para chegar à motivação e aos autores. Esse crime não ficará impune!
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) October 5, 2023
Tania Mann, médica que também está na cidade para o congresso, conhecia os profissionais e disse: “Eram colegas ótimos, maravilhosos, bons amigos, bons médicos, e foram acometidos pela violência urbana. A gente fica apavorado”. “A gente está transtornado com a perda desses colegas, a gente fica apavorado de vir para um evento importante e mundial, com todo mundo animado, pensando que vai estudar, crescer, desenvolver a medicina, e a gente acorda com a notícia de que colegas superimportantes foram assassinados de forma violenta e injustificada”, completou.
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 31º BPM, do Recreio dos Bandeirantes, chegaram a fazer buscas na área, mas ninguém foi preso até o momento. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizou uma perícia no local e instaurou um inquérito para investigar o homicídio triplo.