Um menino de 12 anos agrediu a própria mãe, na madrugada desta segunda-feira (15), após ela questioná-lo sobre uma compra de R$ 2 mil com jogos online. Segundo informações do g1, que teve acesso ao boletim de ocorrência, a mulher acionou a polícia depois de levar um soco na boca. O caso aconteceu em Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
De acordo com o registro, a mãe, de 34 anos, relatou que o adolescente havia feito compras de R$ 2 mil no cartão de crédito dela, relacionadas a jogos da internet. Ao repreender o menino, ela foi surpreendida com um soco na boca. O golpe deixou hematomas e causou sangramento no local.
O pai foi acionado para buscar o filho e orientado a procurar tratamento psicológico para o garoto. As autoridades sugeriram que o menino também ficasse momentaneamente afastado da mãe. Ao g1, a mulher afirmou que não precisou receber atendimento médico. Ainda, ela disse que o conselho tutelar não foi acionado. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
O que diz a psicóloga
Para Fernanda Nocam, psicóloga e professora do Departamento Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), é preciso entender o contexto em que a criança ou adolescente estão inseridos nesses casos.
“Não é possível, em nenhum momento, a gente falar que o vício por jogos, o consumo compulsivo de jogos e outros prazeres efêmeros leve a irritabilidade e a impulsividade a ponto de uma pessoa chegar a um ato de agressividade“, disse ela ao g1.
A psicóloga afirmou que todas as pessoas, quando contrariadas e frustradas, são impulsivas. Entretanto, há filtros que impedem que elas partam para a ação impulsiva, como a agressão. “Esses filtros transformam a agressividade em palavra, em choro, em culpa, em sentimentos, em dores, em raiva, pode se transformar em uma sublimação ou numa aprendizagem“, afirmou.
Fernanda aconselhou, ainda, que sejam analisados os campos individual e social que envolvem as crianças, os adolescentes e os familiares. “As instituições são perversas e têm se utilizado da compulsão, da fragilidade, dos buracos, do imediatismo dessas crianças e desses adolescentes. Fazem as propagandas e permitem com que várias compras sejam feitas no cartão de qualquer pessoa“, finalizou.