A morte de dois meninos que abalou o bairro Cavalcanti, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tomou um novo rumo após a investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6 anos, e Benjamin Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, foram vítimas de envenenamento em setembro. Inicialmente suspeitava-se que as crianças tivessem sido envenenadas por bombons oferecidos por uma mulher, mas a polícia concluiu que o culpado teria sido o ex-namorado da mãe de Benjamin.
De acordo com a Polícia Civil e relatos confirmados pelo Instituto Médico Legal ao g1, Rafael da Rocha Furtado é acusado de ter entregue um açaí envenenado com chumbinho aos meninos. O exame toxicológico de Ythallo confirmou a presença de terfubós, substância ativa no veneno. Rafael, de 26 anos, está foragido, com mandado de prisão temporária expedido em seu nome no último dia 8.
O crime ocorreu após Rafael buscar Benjamin na escola e oferecer o açaí envenenado. Durante o trajeto para casa, Benjamin dividiu o açaí com Ythallo, que também foi intoxicado. Os meninos, que frequentavam a mesma escola, começaram a vomitar pouco depois e foram levados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho. Ythallo sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu no mesmo dia, enquanto Benjamin ficou internado por mais 10 dias antes de ter morte cerebral confirmada.
A relação anterior entre Rafael e a mãe de Benjamin, que terminou em julho deste ano, está sendo investigada como possível motivação para o crime. A polícia também apurou que o homem pode ter planejado o envenenamento como uma forma de retaliação ou vingança, embora os detalhes específicos ainda estejam sob análise.
A investigação, que inicialmente considerou a hipótese de um bombom envenenado dado por uma mulher, mudou de direção após análises e testemunhos. A Polícia Civil, sob orientação da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal da Capital, agora busca capturar o suspeito, acusado de homicídio qualificado.
Sobre o caso
O envenenamento aconteceu no fim da tarde do dia 30 de setembro, em um dos acessos da Comunidade Primavera, no Bairro de Cavalcanti, na zona norte do Rio de Janeiro.
Ythallo Rafael morreu no mesmo dia do crime. Ele chegou a ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, mas não resistiu. Benjamim, que foi socorrido para a mesma unidade, faleceu nesta quarta (9), em decorrência de uma morte cerebral. Conforme o g1, os meninos apresentaram os mesmos sintomas graves, como vômitos e perda de consciência.
As crianças, que estudavam na mesma escola, tinham retornado da aula e estavam brincando na rua. Em depoimento, o primo de Ythallo disse que uma mulher com capacete e luvas ofereceu o bombom. O parente da vítima não quis comer o doce, mas o pequeno aceitou e dividiu com Benjamim.
A Polícia Civil registrou o boletim de ocorrência na 44ª DP (Inhaúma). O enterro de Ythallo aconteceu no último dia 2 de outubro, no cemitério de Inhaúma, também zona norte do RJ.