O ministro do Turismo, Gilson Machado, participou do programa “Poder em Foco”, exibido durante a madrugada (11), no SBT. Durante a entrevista, o empresário e ex-presidente da Embratur avaliou as consequências da pandemia no setor em 2020 e 2021, como por exemplo, a suspensão de festas regionais.
Pela primeira vez, o Brasil não realizará os grandes e tão aguardados eventos carnavalescos, para evitar aglomerações e a proliferação do vírus da Covid-19. O ministro ressaltou que não há condições sanitárias para a folia nas ruas, chamada por ele de “festa profana”. O feriado, por sua vez, será mantido.
“O feriado do Carnaval é um feriado santo, que é a data que antecede a quaresma. Quero tranquilizar o comércio que vai continuar tendo o feriado do Carnaval como todo ano teve e nos mesmos dias que tem. Quem estava indeciso se ia comprar um pacote turístico, se ia comprar a passagem aérea, fique sabendo que nosso governo não vai fazer nada para proibir o feriado do Carnaval”, declarou.
“Agora a festa, Carnaval, né – que é uma festa profana, todo mundo sabe. Isso aí fica a cargo dos governos e o que eu estou vendo, o que estou falando com os secretários de turismo e com os governadores é que, infelizmente, nós não temos segurança sanitária para fazer aglomeração do tamanho que o Carnaval faz ainda”, afirmou, em seguida.
Machado disse ainda que, em conversa com o Secretário Nacional de Cultura, Mário Frias Filho, entendeu que “não tem clima” para realizar o Carnaval em outra época do ano, como junho e julho. No entanto, o ministro afirmou que foi cogitada a realização de festas – como shows de forró em alguns estados do Nordeste e festival de rock em Brasília, por exemplo – assim que a pandemia chegar ao fim.
O Governo federal não vai adotar medidas para impedir o feriado do Carnaval. A afirmação foi feita pelo ministro do Turismo, Gilson Machado, em entrevista ao Poder em Foco agora há pouco. Confira o trecho: pic.twitter.com/OOKtlrtH0I
— SBT (@SBTonline) January 11, 2021
Ainda na conversa, o substituto de Marcelo Álvaro Antônio disse não ter dúvidas de que o meio ambiente brasileiro é preservado – mesmo diante do crescimento alarmante das queimadas, tanto na Floresta Amazônica, como no Pantanal, por exemplo. Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) na última sexta (8), 2020 foi o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia Legal desde 2015, com um total de 8.426 km². O mês de dezembro teve um aumento de 14% em relação a 2019.
Para Machado, caso houvesse agressão a biomas, turistas registrariam reclamações em aplicativos de reservas e pacotes turísticos: “O nosso governo foi o que mais se preocupou com o meio ambiente. Eu não tenho dúvidas que o nosso país hoje é um dos mais preservados, sabe por quê? Nós, hoje, temos aliados chamados os motores de reserva – Booking, Expedia, TripAdvisor. Esses motores de reserva, é que vão julgar – quem vai julgar se o meio ambiente tá preservado é o próprio turista! Se ele for em São Miguel dos Milagres, por exemplo, chegar num recife de corais, mergulhar e não vir o ouriço ou peixes, ele vai colocar lá: ‘Não volte porque não tem meio ambiente preservado'”.
A lotação de praias em meio à segunda onda do coronavírus em todo o país, também foi pauta da conversa. Gilson comemorou a grande movimentação de voos nacionais e internacionais para a malha viária, durante esse período.
“As praias estão lotadas numa época de verão. Numa época que você vê que o pessoal tá tomando banho de mar com água salgada. E, a meu ver, eu não sou médico – já tem um protocolo de segurança, os governos estaduais e municipais estão fiscalizando. O pessoal, o turista hoje, qualquer pessoa hoje não tem mais o medo que tinha da Covid no começo da doença”, opinou ele.
As declarações controversas rapidamente repercutiram nas redes. “Somos todos fiscais do IBAMA agora. Xingar muito no Twitter não adianta. Tem que ir lá no TripAdvisor e dar review bravinho falando que as matas e ecossistemas estão desaparecendo. Recomendamos que a natureza fagocite esse ministro do turismo. Meu Deus, só piora!”, desabafou um internauta. “Até 2019 esse cara tocava em festas de casamento. Hoje é ministro do turismo”, alfinetou outro.
“Para quem achou que Gilson Machado ficava abaixo da média como sanfoneiro intérprete de ‘Ave Maria’, espere até ouvi-lo como ministro do Turismo”, criticou o defensor de Direitos Humanos, Jeff Nascimento. “Sério, estamos no fundo do poço”, concordou mais alguém. Veja mais reações abaixo:
Verificamos:
Somos todos fiscais do IBAMA agora.
Xingar muito no Twitter não adianta. Tem que ir lá no TripAdvisor e dar review bravinho falando que as matas e ecossistemas estão desaparecendo.
Recomendamos que a natureza fagocite esse ministro do turismo.
Meu Deus, só piora! https://t.co/KimuCobhRv
— VAR Analyser (@VAR_analyser) January 11, 2021
"carnaval festa profana, todo mundo sabe. Falei com o Mario e não tem clima pra isso aí porque chove onde tem São João""
— Marcelo Adnet (@MarceloAdnet) January 11, 2021
Para quem achou que Gilson Machado ficava abaixo da média como sanfoneiro intérprete de “Ave Maria”, espere até ouvi-lo como ministro do Turismo 😳 https://t.co/TsbMmuFwzP
— Jeff Nascimento (@jnascim) January 11, 2021
sério…estamos no fundo do poço.
— Hoje o Bolsonaro passou do limite (@fmar2013) January 11, 2021
Ministro do Turismo: "quem vai julgar se o meio ambiente está preservado é o próprio turista." Não tenho paciência para isso. https://t.co/mKLVaqHk8n
— Thiago Amparo (@thiamparo) January 11, 2021
"Eu não tenho duvida que o país da gente é o mais preservado. Sabe porque? Nós hoje temos um aliado chamado TripAdvisor, que vai julgar se o meio ambiente tá preservado com o próprio turista"
Gilson Machado, Ministro do Turismo #PoderEmFoco pic.twitter.com/9uTuxe75ug
— Ricardo S (@RickSouza) January 11, 2021
Esse vídeo aqui vai ser exibido no velório do Brasil pic.twitter.com/iSOUgrTA3n
— Dudu Guimarães (@Dudu) January 11, 2021