O corpo de uma motorista de aplicativo de 39 anos foi encontrado dentro do porta-malas do carro que ela usava para trabalhar. Na tarde de terça-feira (15), o veículo de Michelle Caroline Chinol foi apreendido pela Prefeitura de Curitiba, no bairro Ganchinho, por estar estacionado de forma irregular, e levado até o pátio da Superintendência de Trânsito, no bairro Portão.
Na tarde da quarta-feira (16), funcionários da empresa notaram um forte odor vindo do interior do veículo e acionaram a Guarda Municipal, que então identificou o corpo de Michelle já em decomposição dentro do porta-malas. A vítima também tinha uma meia dentro da boca. Segundo o G1, dezenas de impressões digitais que podem ajudar no esclarecimento do caso também foram encontradas pelos peritos.
“Não foi possível visualizar marcas de lesões, somente um pequeno corte no pulso. Não houve no presente momento nenhuma indicação de um desarranjo social sério, de alguma disputa, alguma ameaça, envolvimento em criminalidade. A motivação precisa ser um pouco mais esmiuçada nos próximos dias”, declarou o delegado da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa, Victor Menezes. Até o momento, as principais linhas de investigação da Polícia Civil apontam para homicídio e roubo seguido de morte.
As autoridades ainda buscam saber se Michelle, que era atleta profissional de MMA e capoeira, estava com algum passageiro momentos antes de vir a óbito. “O carro apreendido está no nome do irmão de um amigo, que já morreu. A princípio, não houve evidências de morte violenta, já que era uma pessoa mais difícil de ser dominada”, afirmou Menezes, citando o fato de ela ter sido atleta. “Neste primeiro momento, não sabemos quais aplicativos que ela trabalhava e se tinha transportado algum passageiro momentos depois”, completou.
O último contato de Michelle com os parentes foi feito no domingo (13). “Ela entrou em contato telefônico com o irmão no domingo e essa é a última informação que os familiares repassaram. Não foi feito boletim de ocorrência por conta do desaparecimento, já que, como ela prestava serviço de aplicativo não só em Curitiba, mas no litoral do Paraná, era comum sair de casa sem avisar e voltar dias depois”, afirmou o delegado, ao UOL.
Mestre Burguês, proprietário da academia em que Michelle treinava há 20 anos, a definiu como “super amorosa”: “Uma menina maravilhosa, que não tinha problema com ninguém. Super amorosa. Não estamos acreditando nessa fatalidade. Ela sempre participava das rodas com a gente e veio pela última vez na sexta-feira (11). Era muito amiga e tinha começado a trabalhar recentemente como motorista de aplicativo”.
Uber se manifesta
A Uber não confirmou se Michelle prestava serviços para a empresa, mas lamentou sua morte. “Traz enorme tristeza à Uber que cidadãos que desejam apenas gerar renda ou se deslocar sejam vítimas da violência que permeia nossa sociedade. Compartilhamos nossos sentimentos com a família da motorista parceira Michelle Caroline Chinol neste momento tão difícil. A Uber permanece à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações, na forma da lei”, disse o comunicado, enviado ao UOL.