Uma paciente de Itaguaí (RJ) com suspeita de varíola dos macacos registrou seus sintomas em um vídeo, que circulou na web nesta semana. Nas imagens, a mulher, cuja identidade foi preservada, relata como as bolhas que surgiram em seu corpo não param de doer. De acordo com o UOL, ela segue em isolamento domiciliar.
A paciente começa o vídeo mostrando o estado das bolhas pelo corpo. “Ontem, eu fui para o [Hospital] São Francisco [Xavier], com suspeita da varíola, a doença dos macacos (sic). Como vocês podem ver, o meu rosto está bem agressivo, com glândulas, e meu corpo aqui nessa região [no pescoço], um pouco mais abaixo, e nas costas”, iniciou ela.
Em outro momento da gravação, a mulher expôs como a condição lhe deixou com dores generalizadas pelo corpo. “Eu estou com muitas dores, muita febre, muitas dores de cabeça, dores no corpo imensas, e essas bolhas não param de doer”, afirmou. Ela também contou sobre a decisão do isolamento. “Lá [no hospital] eu fiquei numa sala, me atenderam super bem, a equipe logo se prontificou a me tirar do meio da população porque é transmissível sim. Fizeram todo o procedimento que eles tinham que fazer”, acrescentou.
“Estou esperando os resultados dos exames que foram para o Rio. E falaram que iriam mandar uma equipe pra poder ficar me avaliando aqui em casa”, continuou ela, que concluiu sua mensagem incentivando que seus conterrâneos se prevenissem contra a doença. “Vamos nos prevenir, Itaguaí, e não deixar esses casos ficarem escondidos, como os da Covid”, finalizou. Assista ao vídeo abaixo:
De acordo com o “Jornal Atual”, que cobre notícias da região, a mulher disse trabalhar em um hotel da região da Costa Verde do Rio que tem muitos turistas estrangeiros. No entanto, a paciente afirmou que não vai ao local de trabalho há mais de um mês. Em entrevista, ela disse ter começado a sentir os primeiros sintomas em 14 de junho e que está tomando dipirona e deocil para aliviar suas dores. Segundo a publicação, o Instituto Oswaldo Cruz analisará o material coletado da paciente ontem (20).
A Prefeitura de Itaguaí se manifestou sobre o caso ao UOL, afirmando que todas as medidas de controle e contenção foram tomadas e que as autoridades de saúde do estado foram comunicadas. A secretaria estadual de Saúde, por sua vez, citou os cuidados aos quais a mulher foi submetida. “A paciente é uma mulher de 25 anos que, no momento, encontra-se em isolamento em casa”, informou o órgão, pontuando que o caso está sendo monitorado pela vigilância municipal com apoio da vigilância estadual. Até o momento, o Brasil tem oito casos confirmados de varíola dos macacos, sendo dois no Rio de Janeiro, quatro em São Paulo, e dois no Rio Grande do Sul.
O que é a varíola dos macacos?
A monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos no Brasil, é uma rara doença viral. Sua transmissão ocorre através do contato próximo ou íntimo com uma pessoa infectada e com lesões na pele. Abraços, beijos, relações sexuais, toques, ou secreções respiratórias próximas e por tempo prolongado podem causar a infecção da doença.
De acordo com o governo de São Paulo, “a transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões”, conforme nota divulgada à imprensa.
Os sintomas iniciais incluem linfonodos inchados, febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios, cansaço, entre outros. Até três dias após esses primeiros sintomas, os pacientes desenvolvem lesões na pele. Essas feridas podem surgir nas regiões das mãos, pés, peito, rosto, boca, ou mesmo nos genitais. A varíola dos macacos pode ser letal, mas o risco é baixo. O que se sabe é que das duas vertentes do vírus que têm circulado pelo mundo, uma tem a taxa de fatalidade em cerca de 10%, enquanto a outra taxa é de apenas 1%.
Os principais cuidados na prevenção da doença incluem evitar contatos próximos e íntimos com a pessoa doente, enquanto as feridas não estiverem cicatrizadas. Além disso, é importante higienizar as mãos, lavando-as com água e sabão e com uso de álcool em gel. Outro ponto fundamental é evitar contato com materiais utilizados pela pessoa infectada, como roupas de cama, de banho, ou outros itens do tipo.