A história do personal trainer que encontrou a esposa tendo relações sexuais com um morador de rua dentro de um carro em Planaltina, Distrito Federal, rodou o Brasil. O caso, ocorrido em março, culminou no espancamento do “sem-teto” pelas mãos de Eduardo Alves. Nesta quarta-feira (27), Sandra Mara Fernandes quebrou o silêncio pela primeira vez e acusou o ex-morador de rua Givaldo Alves, de “usá-la como objeto de prazer em um momento de delírio“.
“Passei por dias muito difíceis, nunca me imaginei naquela situação. Eu me sinto profundamente dilacerada pelo ocorrido. Hoje eu tenho ciência de tudo o que foi dito enquanto eu estava internada e sendo cuidada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais”, iniciou.
Sandra ainda falou sobre a repercussão do caso e como isso a afetou: “Fui vítima de chacotas e humilhações em rede nacional. Fui taxada como uma mulher qualquer, uma mulher promíscua, uma mulher com fetiches, uma traidora. E mais ofendida ainda por ter sido atacada por outras mulheres que entenderam que eu merecia o pior. Eu sempre soube que vivemos numa sociedade desigual, mas eu não escolhi ter um surto, eu não escolhi ter sido humilhada, eu não escolhi ter minha vida exposta e devastada”.
Na mensagem, a moça agradeceu ao marido, à família, e reafirmou que não estava sã quando tudo aconteceu. “Agradeço ao meu esposo por tudo que ele fez por mim. Ele me defendeu durante e depois do ocorrido, pois sabe que em condições normais eu jamais teria permitido passar por aquilo. Agradeço também ao meu pai, minha madrasta, meus irmãos e amigos, que me acolheram e ajudaram. Sou profundamente grata aos profissionais que me ajudaram a compreender o que estava acontecendo quando eu já não tinha domínio da minha própria vida”, disse.
“Venho através dessa postagem agradecer as pessoas que se levantaram para me defender quando eu não tinha condições. Hoje eu busco na Justiça os meus direitos, pois nunca faltei com respeito com ninguém e não merecia ter sido tratada como uma qualquer, e, principalmente, ter sido usada como objeto de prazer durante delírios e alucinações que confundiram minha mente e me colocaram num contexto nojento e sórdido”, concluiu. Leia na íntegra:
Eduardo Alves, personal trainer e marido de Sandra, afirmou que o casamento segue firme e que a moça estaria “em surto”, quando foi “estuprada”. “Estou com ela há três anos e nunca aconteceu isso. Foi a primeira vez. Os médicos até estranham, porque o surto que ela teve foi muito forte. Por isso, ela segue internada e medicada”, declarou ele à Léo Dias, acrescentando que a esposa nunca havia sofrido de problemas psicológicos ou feito uso de remédios controlados até então.
Eduardo também explicou sua versão de como tudo teria acontecido. Segundo o personal, Sandra saiu com a sogra para fazer doações, mas não voltou para casa. Preocupado, ele foi atrás dela e encontrou a mulher no carro, nua, junto com o morador de rua – situação que o deixou em estado de alerta: “Quando vi um homem dentro do carro, vi que algo estava errado. A única coisa que eu queria era tirar aquele rapaz de lá. Aquilo não é da Sandra, não é da índole dela. Meu único objetivo ali era preservar a vida dela. Pra mim, aquilo era alguma violência ou abuso”.
Já o ex-morador de rua Givaldo Alves negou as acusações e garantiu que a relação foi consensual: “Deus me colocou em um lugar cercado por câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro morador de rua, possivelmente já estaria preso”.
Assim como em depoimento prestado à polícia, ao Metrópoles o baiano insistiu que teria sido convidado por Sandra a entrar no veículo onde tudo aconteceu. “Eu andava pela rua e ouvi um grito: ‘Ei moço, moço’. Olhei e era uma moça lindíssima. Virei para trás e só tinha eu ali. Ela veio até mim e disse: ‘Quero namorar com você’. Eu falei: ‘Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel’. Então ela disse: ‘Não pode ser no meu carro?'”, relatou. Segundo o sem-teto, os dois teriam somente conversado dentro do carro e depois procurado uma rua com pouco movimento, onde tiveram relações.