Nesta quarta-feira (12), uma reportagem do portal Metrópoles reuniu depoimentos de fiéis que denunciaram o pastor Silvan Ferreira, de 41 anos, à Polícia Civil. Ele está preso preventivamente desde 22 de maio, no Centro de Detenção Provisória (CDP), no complexo penitenciário da Papuda (DF), por violação sexual mediante fraude e extorsão.
Alvo de operação da Polícia Civil, Ferreira supostamente simulava ser um profeta que tinha revelações trágicas envolvendo a morte de parentes dos fiéis. Para livrá-los do sofrimento, os homens teriam que receber sexo oral e transar com o líder evangélico. Em um dos casos, o criminoso chegou a engolir o sêmen de uma das vítimas, segundo o site.
O religioso também teria fingido ter “premonições”, além de afirmar que os filhos de um fiel poderiam morrer. Ao que apontam as investigações, Silvan garantia que a única forma de salvar seus seguidores seria fazendo uma espécie de unção no órgão sexual do pai das crianças que supostamente faleceriam.
No ato, o pastor ia até a casa da vítima e se trancava com ela em um dos quartos. Enquanto rezava e masturbava o fiel, o religioso fazia, então, sexo oral no integrante da igreja. Conforme o Metrópoles, ele chegou a afirmar que, ao engolir o sêmen, havia sido curado de gastrite e feridas estomacais.
Geralmente, as “unções da sacanagem”, como foram chamadas pelo portal, ocorriam na casa da vítima, às quartas-feiras e aos domingos, quando aconteciam os cultos. Segundo as apurações da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), no âmbito da Operação Jeremias 23 – passagem bíblica que faz alusão aos falsos profetas -, Silvan Ferreira usava sua influência para abusar sexual e financeiramente dos fiéis que frequentavam a comunidade da qual ele é líder.
Rituais
Ainda de acordo com o Metrópoles, o líder religioso chegou a levar um de seus seguidores para o motel. Lá, ele teria pressionado o indivíduo a realizar as sessões de sexo com o pretexto de salvar a vida do filho. Já dentro do quarto, Ferreira descreveu como deveria ser o “ritual”. Seriam necessárias sete sessões de sexo: a primeira deveria ser de sexo oral, a segunda de sexo anal, em que a vítima teria que penetrar o pastor, e as demais seriam intercaladas.
As relações normalmente aconteciam no mesmo motel ou em um outro localizado em Taguatinga, no Distrito Federal. Silvan teria, ainda, feito ameaças de morte constantes a algum parente próximo da vítima. Além disso, ele possivelmente obrigava os fiéis a terem relações sexuais com outros frequentadores da igreja.
A polícia informou que uma pastora de 58 anos, em Sobradinho, era cúmplice do autor e o auxiliava com as ameaças de castigo celestial. A mulher também mantinha relações sexuais com os seguidores na presença de Silvan. A líder religiosa, entretanto, não foi presa.
Os agentes cumpriram outros quatro mandados de busca e apreensão em Vicente Pires, Samambaia e Sobradinho. A Polícia Civil declarou que os suspeitos devem responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão. Se condenados, podem pegar até 17 anos de prisão.
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