Uma história para deixar qualquer um boquiaberto… No último sábado (6), o piloto de avião Antonio Sena finalmente foi resgatado, após ficar 36 dias desaparecido na selva amazônica. Ontem (7), o rapaz recebeu alta do hospital, e concedeu uma entrevista ao “Fantástico” revelando detalhes de como fez para sobreviver, e tudo que aconteceu no acidente.
No dia 28 de janeiro, Toninho, como é conhecido por amigos e familiares, saiu de Alenquer, região oeste do Pará, com destino a uma região de garimpo no município de Almeirim. No entanto, uma pane na aeronave ocasionou o pouso forçado no meio da mata. Logo após o desaparecimento, a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou buscas que duraram cinco dias, mas foram encerradas por não haver nenhum vestígio do avião ou do piloto. Enquanto isso, a família de Sena mobilizou buscas particulares na cidade de Santarém, e chegou a oferecer recompensas para quem encontrasse o rapaz.
Inclusive, foi a vontade de reencontrar seus entes queridos que motivou Antonio a seguir em frente para sobreviver a todo custo. “Posso dizer que a única coisa que me manteve forte para sair daquela situação foi o amor que eu tenho pela minha família e a vontade de ver meus irmãos, meus pais. Se fosse para resumir essa história, eu diria que é uma história de amor e fé”, disse o piloto, emocionado.
Nas redes sociais, Antonio mostrava sua boa forma e demonstrava ser vaidoso. Quando foi resgatado, ele tinha emagrecido 25 quilos, e seu cabelo e barba davam claros sinais dos dias difíceis que viveu. “As minhas prioridades sempre foram buscar água e tentar buscar alimento, seja ele qual fosse”, falou o piloto, antes de exemplificar que ovos de aves e frutas se tornaram os principais alimentos do “cardápio” limitado.
Sena criou uma pequena rotina diária de sobrevivência, andava durante a manhã até às 14h da tarde, e depois parava pra descansar. Foram muitas caminhadas e travessias de igarapés, até que na sexta-feira (5), ele encontrou com coletores de castanha e conseguiu pedir ajuda. “Já eram entre 15h30 e 16h e, caminhando no meio da mata, eu vi uma coisa branca. Quando tirei a lona, vi um paneiro com castanha e as ferramentas pra abrir ouriço. Fui procurando a trilha [dos coletores]. Quando encontrei, me apresentei”, recordou. Assista à entrevista clicando aqui!
Em entrevista para a Agência Pará, Antonio explicou que depois da pane do avião, precisou fazer pouso forçado, pois já estava voando muito baixo numa região com serras de 2 mil metros de altura. Como as tentativas de reacender o painel falharam, ele finalmente pousou em um vale no meio de duas serras. “É tudo muito rápido, eu só lembro de conseguir sair do cockpit e minha mochila estava jogada do lado. Peguei minha mochila, um saco de pão, algumas coisas e me afastei da aeronave, que tinha muito óleo diesel. Aí peguei uma corda e o que pude pegar que tinha na aeronave e que fosse me ajudar no meio do mato. Não demorou muito e a aeronave começou a pegar fogo. Uma parte está queimada”, disse.