A polícia da Argentina não descartou a possibilidade de um crime por trás da morte de Ana Karolina Lara Ferreira Fernandez. A brasileira de 22 anos foi encontrada sem vida no poço do elevador de um prédio no bairro de Retiro, em Buenos Aires, no dia 4 de setembro.
A informação foi confirmada pela agência de notícias Telám. “Neste momento não descartamos nenhuma hipótese: desde um acidente em decorrência de uma falha na porta do elevador, até um ato criminoso. Estamos em plena etapa de investigação”, declarou uma fonte ligada ao caso, à publicação.
O objetivo das autoridades é descobrir se Ana decidiu deixar o apartamento onde estava de maneira voluntária ou se tentou fugir de alguma situação. “Tudo está sendo analisado ainda e, por isso, a classificação é de morte duvidosa”, acrescentou o informante.
O corpo da estudante de medicina foi encontrado após a polícia local atender a um chamado, informando que uma mulher havia caído do 13º andar no poço do elevador de um edifício, localizado na zona nobre da capital argentina. Assim que chegaram no local, as autoridades conversaram com dois jovens, um deles morador do prédio, e o tenista Juan Ignacio Ameal, namorado de Ana Karolina. Ambos foram as últimas pessoas a avistarem a jovem viva.
Segundo o testemunho dos rapazes, na noite do acidente, os três estavam consumindo bebidas alcoólicas juntos no apartamento, até que Ana Karolina teria adormecido e eles a deixaram sozinha, partindo para um outro cômodo. Momentos mais tarde, os colegas teriam retornado ao local onde a estudante dormia e perceberam que ela não estava mais ali. Ambos então se deram conta de que a porta de saída – que dá acesso direto ao elevador – estava aberta, mas o equipamento não se encontrava no andar. Com isso, deduziram que a jovem pudesse ter caído no poço.
A autópsia realizada no corpo da vítima determinou como a causa de morte, os múltiplos traumatismos ocasionados pela queda. Entretanto, o resultado das análises toxicológicas e outros exames que poderiam ajudar a determinar se a queda foi realmente acidental, ainda precisam ser investigados.
Ainda no apartamento, foram encontrados resquícios do que poderia ser de uma droga chamada 2C-B, conhecida como “cocaína rosa”. O juiz do caso, por sua vez, solicitou depoimento do técnico responsável pela revisão periódica do elevador do prédio para poder confirmar que a falha teria levado ao acidente. Também serão investigados pela Justiça, a gravação de uma ligação feita à polícia na manhã do dia em que aconteceu acidente, além dos testemunhos do porteiro e outros moradores do edifício.
O corpo de Ana Karolina segue na Argentina esperando a liberação da Justiça para que seja encaminhado à Chapadão do Céu (GO), onde vivem os entes da jovem. Devido aos altos custos da operação, familiares e amigos da estudante criaram uma vaquinha online, conseguindo arrecadar o valor de R$ 28 mil necessário para financiar o transporte.