Hugo Gloss

Polícia Civil indicia suspeito de estupro e motorista de aplicativo em caso de jovem de BH; saiba detalhes

Estupro BH

Estupro BH

Nesta terça-feira (8), a Polícia Civil indiciou Wemberson Carvalho da Silva, de 47 anos, por estupro de vulnerável. Em 30 de julho, após um show no Estádio do Mineirão, uma estudante de 22 anos foi deixada por um motorista de aplicativo na calçada da casa dela. Posteriormente, de acordo com a investigação, ela foi levada desacordada por Wemberson e estuprada em um campo de futebol. Segundo o g1, o motorista vai responder por abandono de incapaz.

De acordo com as delegadas Carolina Bechelany e Danúbia Quadros, responsáveis pelo caso, o inquérito já foi concluído e enviado à Justiça. O suspeito foi preso em flagrante após ser registrado por câmeras de segurança enquanto carregava a jovem inconsciente pelas ruas do bairro. Ele está no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, desde o dia 31 de julho. Durante o depoimento, ele preferiu não se manifestar.

Câmeras de segurança flagraram o rosto do suspeito. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Já o motorista de aplicativo relatou que pediu ao amigo da estudante, o mesmo que solicitou o carro, para que a acompanhasse até em casa. “O amigo afirmou que o irmão dessa jovem estava na porta da casa deles, a aguardando. Inclusive a corrida foi compartilhada, a localização foi compartilhada com o irmão”, contou a delegada.

Ele ainda afirmou que tentou comprar um isotônico para a jovem em uma farmácia, mas não teria encontrado nenhuma aberta. O homem relatou que retornou ao endereço, mas não encontrou a vítima. “Ele imaginou que algum familiar ou o próprio irmão teria buscado a jovem e subido para casa com ela”, acrescentou a delegada. A pena por abandono de incapaz pode ir de um a doze anos de prisão, agravada em caso de “abandono em lugar ermo”.

Após denúncia da família, a Polícia Civil também confirmou que o cartão de crédito da jovem foi usado depois do crime. A tentativa, porém, foi feita pelo amigo da menina, já que o cartão estava cadastrado no aplicativo. “A tentativa de efetuar mais uma corrida foi feita pelo amigo da vítima, já que ela havia cadastrado o cartão dela no aplicativo de corridas para pedir um carro para ela”, esclareceu a delegada. Até o momento, as autoridades não trabalham com a responsabilização do amigo e nem do motociclista que ajudou a colocar a jovem na calçada.

Entenda o caso

Neste domingo (6), o “Fantástico” teve acesso a imagens exclusivas do episódio, enquanto a estudante e os colegas estavam em um bar na região da Pampulha. No registro, após acomodar a moça no carro, o amigo conversa algo com o motorista. Depois, o condutor do aplicativo segue a viagem de 12 quilômetros.

Quando chega ao local de destino, ele desce com o celular na mão, vai até o interfone e volta para o veículo. O motorista parece conversar com a jovem e, em seguida, tenta chamar alguém do prédio. Sem sucesso, ele pede ajuda a um motociclista para tirar a estudante do carro e a deixa encostada em um poste.

As câmeras de segurança ainda flagraram o momento em que a menina foi levada por um homem que passava pela rua. Ele a carrega no ombro, virada de cabeça para baixo, pelas ruas do bairro. O suspeito, identificado como Wemberson Carvalho da Silva, ficou três horas com a vítima. Ele só saiu do local quando o dia já estava claro. Ela foi encontrada em um campo de futebol, seminua e ainda insconsciente, por uma moradora que estava fazendo caminhada.

A moça foi quem chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas a família da menina alega que “os socorristas não prestaram o atendimento devido”. Segundo o médico e gerente do SAMU, Roger Lage, foi a vítima que recusou o atendimento. No mesmo dia, a jovem foi à delegacia e ao Instituto Médico Legal (IML), onde um laudo atestou o estupro. 

Segundo o depoimento do amigo, quando pediu o carro de aplicativo para a vítima, ele se ofereceu para ir junto, mas ela disse que não precisava e compartillhou a corrida com o irmão. O rapaz, porém, estava dormindo e só percebeu o desaparecimento no dia seguinte – quando avisou os demais familiares. “Minha família está em pedaços”, disse Késsia Rodrigues, irmã da vítima. “Foi de uma covardia, de uma maldade, sem precedentes”, completou Kelly Rodrigues.

“Quando a gente se deparou com aquelas imagens de dois homens tirando ela do carro e depois outro pegando ela, a gente sabia que alguma coisa tinha acontecido. Nisso ela chegou em casa, eu desesperada, ela chorando muito, sem saber o que tinha acontecido. Ela disse que se lembra de uma pequena parte do trajeto, depois só do momento em que o SAMU chegou. É muito difícil passar por isso”, continuou. Com um problema de nascença no esôfago, a estudante teve uma pneumonia por aspiração e precisou retornar ao hospital.

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