Nesta quarta-feira (6), a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu as investigações sobre a morte de Jéssica Vitória Canedo, em Araguari (MG). A jovem tirou a própria vida em dezembro, quando prints de uma suposta conversa íntima entre ela e Whindersson Nunes começaram a repercutir. De acordo com o delegado Felipe Oliveira Monteiro, porém, foi a própria Jéssica quem criou os prints e os perfis falsos, assim como partiu dela, a divulgação para páginas de fofoca.
Na época, Jéssica e Whindersson afirmaram que tudo não passava de fake news. Segundo familiares, ela sofria de depressão e não suportou os ataques que sofreu na web. A morte se deu em 20 de dezembro de 2023, após dois dias internada no hospital Santa Casa, em Minas Gerais. Na ocasião, as páginas que compartilharam o caso passaram a ser criticadas nas redes sociais. De acordo com as autoridades em coletiva de imprensa, nesta quarta (6), ao analisar o celular de Jéssica, a polícia descobriu que foi ela quem criou toda a história e divulgou através de contas falsas.
Assim que a fake news ganhou projeção, a jovem passou a receber ameaças e mensagens com incentivo à própria morte. Os policiais também encontraram a mensagem de uma jovem de 18 anos que “incentivava” Jéssica a tirar a própria vida. Natural de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, ela foi indiciada pelo crime de instigação ao suicídio, mas não teve a identidade divulgada.
“O que nós apuramos e concluímos com essa investigação: todas essas notícias que foram veiculadas e tudo isso que foi noticiado pelas páginas de notícia foi criado e partiu da própria jovem. Ela fez toda a montagem e ela divulgou para as páginas de notícias, esse suposto relacionamento dela com o humorista [Whindersson]“, declarou Felipe.
“O humorista foi ouvido no inquérito e negou qualquer tipo de conversa com ela. Nós temos as provas e estamos convictos de que todas essas notícias partiram da própria jovem. Foi confirmado pela equipe de saúde que ela estava em tratamento psiquiátrico“, acrescentou.
Ao todo, oito pessoas foram ouvidas no inquérito: a mãe de Jéssica, Inês de Oliveira; o humorista Whindersson Nunes; o responsável pela página Fofoca Santa; o responsável pela página Alfinetei; Raphael de Souza, proprietário da página Choquei; duas amigas de Jéssica; e uma mulher suspeita de incitação ao suicídio.
Durante o depoimento, Inês de Oliveira confirmou que a filha teria cometido suicídio depois das críticas que vinha sofrendo nas redes sociais, motivadas por publicações de páginas de fofoca. A polícia também confirmou que Jéssica sofria de depressão. Raphael de Souza, proprietário da Choquei, não foi indiciado nesse inquérito pela morte de Jéssica. Assista a trecho da coletiva:
ARAGUARI: #PCMG indicia jovem, de 18 anos, do RJ, por instigação ao suicídio com a conclusão do inquérito que apurou morte da jovem, de 22 anos, em 22/12. Conforme apurado, a vítima passava por tratamento de depressão e, à época dos fatos, um conhecido perfil em rede social + pic.twitter.com/BGpMZUBVEr
— Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) (@pcmgoficial) March 6, 2024
Polícia Civil fala sobre o caso de Jéssica Canedo pic.twitter.com/9DyEFMZrhj
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) March 6, 2024
Polícia Civil fala sobre o caso de Jéssica Canedo parte 2 pic.twitter.com/vFZyLj8FNy
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) March 6, 2024
Polícia Civil fala sobre o caso de Jéssica Canedo parte 3 pic.twitter.com/o0oUJREdx4
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) March 6, 2024
A Polícia Civil também divulgou uma nota sobre a conclusão do caso de Jéssica Vitória Canedo. Leia a íntegra:
“Nesta data (06/03) a Polícia Civil de Minas Gerais, por meio da Delegacia de Homicídios da 4ª DRPC/Araguari, concluiu as investigações sobre a morte da jovem J. C., ocorrida no dia 22/12/2023.
J.C. passava por tratamento em decorrência de uma séria depressão e à época veiculou-se que ela estava sofrendo ataques por meio de redes sociais após uma grande página de fofocas ter divulgado notícias falsas sobre um suposto relacionamento amoroso entre Jéssica e um famoso humorista. O humorista prestou depoimento à Polícia, negando qualquer tipo de contato com a jovem.
Após as investigações, a Polícia Civil identificou a origem das notícias falsas, apurando que a própria jovem foi a responsável pela divulgação do conteúdo a algumas páginas de fofoca, através de perfis falsos criados por ela em uma rede social.
IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o “Centro de Valorização da Vida” pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.