O caso de homicídio seguido de suicídio em Touros, no Rio Grande do Norte, teve uma reviravolta significativa após um laudo pericial mudar o rumo das investigações. Segundo informações do UOL nesta quarta-feira (11), novas evidências levantadas pela perícia indicam um novo culpado, desafiando a versão inicial da polícia.
O crime ocorreu em 9 de novembro e, inicialmente, a Polícia Civil acreditava que Wanessa Melo, de 22 anos, teria atirado em Victor Hugo de Assis, de 26, antes de tirar a própria vida. No entanto, o laudo técnico revelou inconsistências que apontam para outra narrativa.
Na cena do crime, Wanessa foi encontrada sem vida, enquanto Victor, ainda vivo, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu dias depois no hospital. A posição da arma, localizada próxima ao corpo da jovem, levou a polícia a concluir que ela havia cometido o homicídio e o suicídio subsequente.
Contudo, um laudo emitido pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (ITEP-RN) revelou que o corpo de Wanessa estava em avançado estado de decomposição, na fase conhecida como “gasosa”, que ocorre cerca de dois dias após a morte. Isso indicaria que Wanessa morreu antes de Victor, desmontando a tese inicial de que ela teria disparado contra ele.
Para o delegado responsável pelo caso, Jaime Groff, os novos dados sugerem que a cena do crime foi manipulada. “A arma estava próxima do corpo dela (Wanessa Melo). Então, alguém retirou do corpo dele e colocou perto dela, como se ela tivesse atirado. A gente verificou que essa arma sofreu uma movimentação no local do crime, saiu de perto dele e foi para perto do colo dela. É uma incompatibilidade. Como ela morreu primeiro e a arma está nas proximidades dela? Teria que estar nas proximidades do corpo dele”, ressaltou o delegado, em entrevista à TV Globo.
Com base nessa descoberta, a investigação agora busca determinar quem reposicionou a arma.
Outro elemento que chamou a atenção dos investigadores foi o histórico de ciúmes de Victor. Segundo amigos do casal, Victor apresentava um comportamento possessivo em relação a Wanessa. A arma usada no crime, uma pistola, também era de propriedade da mãe de Victor.
Até o momento, as autoridades não identificaram indícios de envolvimento de uma terceira pessoa no crime. A investigação segue em curso para esclarecer o que realmente aconteceu.
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