A polícia apreendeu, nesta segunda-feira (23), um adolescente suspeito de participar do assassinato de Henrique Marquez. O jovem de 16 anos foi encontrado morto dois dias após desaparecer durante uma viagem com o pai em Jericoacoara, no litoral do Ceará. As autoridades também prenderam um homem no Maranhão, apontado como o mandante do crime.
A Secretaria da Segurança Pública do Ceará não divulgou o nome do mandante do homicídio. No entanto, ao portal g1, informou que ele possui “extensa ficha criminal” por homicídios, tráfico e crime contra administração pública. Sobre o adolescente, o órgão público esclareceu que a apreensão ocorreu no bairro Barroso, em Fortaleza. Ele confessou participação no assassinato, segundo policiais que investigam o caso.
A Secretaria da Segurança também confirmou a motivação do crime: Henrique foi confundido com um membro de uma facção rival. “O adolescente e o homem são suspeitos de serem integrantes de um grupo criminoso de origem carioca (Comando Vermelho), sendo o homem de 36 anos chefe do grupo criminoso no município de Jericoacoara. A motivação do crime seria pelo fato do grupo ter confundido o adolescente como integrante de um grupo criminoso rival de origem paulista (PCC)“, apontou.
Em uma foto tirada na viagem, a vítima fez um gesto com as mãos, sem saber que o símbolo era ligado a uma facção criminosa. Para o crime organizado, o número “três” está associado a uma facção cearense que tem vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto o número “dois” representa o Comando Vermelho.
A Perícia Forense ainda informou que Henrique foi espancado até a morte. O corpo dele foi encontrado na última quarta-feira (18), próximo à Lagoa Negra, que, à noite, não costuma ter tanto movimento. Na sexta-feira (20), a polícia anunciou a identificação de todos os suspeitos envolvidos na morte do jovem.
“A expectativa é de que todos sejam presos até o fim desta semana“, anunciou a Secretaria da Segurança. Os registros de câmeras de segurança foram os principais meios utilizados pelas autoridades na apuração do caso. Em um deles, Henrique apareceu capturado e arrastado por um grupo de, ao menos, oito pessoas.
De Santos, litoral de São Paulo, pai e filho estavam em Jericoacoara há uma semana, aproveitando as férias. Segundo Danilo, esta era a primeira vez em que eles viajavam juntos. Ele já havia relatado que a morte do jovem poderia ter sido causada pelo gesto nas mãos.
“Isso [símbolo que Henrique fez com as mãos] é normal onde moramos. O moleque tinha 16 anos. Deveriam ter orientado: ‘aqui não pode fazer esse símbolo, é de outra facção’. Falado isso para ele ou qualquer outra pessoa que não tem ciência, e não fazer uma crueldade dessas, achando que um moleque de 16 anos era envolvido com facção”, desabafou Danilo.