Presa, Flordelis usou celular para conversar com atual namorado; saiba como caso foi descoberto e o que diz a pastora

Ex-deputada está sendo investigada e usava o aparelho para falar com o namorado

Um telefone celular foi apreendido dentro da cela de Flordelis, no presídio onde ela aguarda julgamento, em Bangu. A ex-deputada federal é acusada de ser a mandante do crime que tirou a vida do marido dela, o pastor Anderson do Carmo, com mais de 30 tiros. Segundo o g1, o aparelho foi encontrado pelas autoridades no dia 11 de maio, e a mulher admitiu que usava o telefone para conversar com o atual namorado, Allan Soares.

Em depoimento para a direção do presídio, a pastora informou que o aparelho foi jogado dentro da cela por outra detenta, mas que não saberia dizer quem foi a responsável. Quando o telefone foi localizado, as mensagens de texto já haviam sido deletadas. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), um processo interno foi aberto para investigar o conteúdo da troca de mensagens e a origem do objeto.

Flordelis também foi levada ao isolamento por causa da falta considerada grave. No entanto, a punição foi suspensa por recomendação médica, que aponta um “histórico de convulsões”. A mulher namora o produtor artístico Allan Soares desde agosto do ano passado, pouco tempo antes de ela ser presa.

Flordelis é acusada de envolvimento no assassinato do marido. (Foto: Reprodução/Instagram)

A defesa da ex-deputada afirmou, em nota, que o aparelho foi utilizado apenas uma vez. Ainda de acordo com os advogados, após o episódio, ela passou a ser chantageada e ameaçada. “Em maio deste ano, foi introduzido tal aparelho na cela da pastora e lá ficou por 18 dias sem ser por esta usado, apesar da insistência de outras presas que o usavam com a conivência de algumas guardas. No dia em que Flordelis o usou, por uma única vez, imediatamente ocorreu uma vistoria na cela e ela foi conduzida à presença da diretora da unidade da época, que à noite, sem a presença de advogados, tomou seu depoimento em que Flordelis assumiu que o usou por apenas esta vez”, diz o comunicado.

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Na semana passada, a Seap negou um pedido de Flordelis, que havia solicitado a transferência para Bangu 1. “A transferência dela é de imensa urgência, uma vez que ela já tem históricos de coação a testemunhas no curso do processo quando ela estava solta”, afirmou a defesa.

O pastor Anderson não imaginava que poderia ser envenenado por Flordelis e seus filhos. (Foto: Reprodução/Instagram)

Com as semifinais da Copa do Mundo marcadas para os dias 13 e 14 de dezembro, Flordelis teve seu julgamento antecipado para 7 de novembro. Além dela serão julgados os filhos Marzy Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues, e a neta Rayane dos Santos Oliveira. No ano passado, Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cézar dos Santos de Souza, foram condenados por envolvimento na morte de Anderson do Carmo.

Ela é acusada de ser a mandante do crime. Na época, Flordelis afirmava que o marido tinha sido vítima de um roubo seguido de morte. A pastora responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

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Confira a nota da defesa na íntegra:

“Em maio deste ano foi introduzido tal aparelho na cela da pastora e lá ficou por 18 dias sem ser por esta usado apesar da insistência de outras presas que o usavam com a conivência de algumas guardas. No dia em que Flordelis o usou, por uma única vez, imediatamente ocorreu uma vistoria na cela e esta foi conduzida à presença da diretora da unidade da época, que à noite, sem a presença de advogados, tomou seu depoimento onde Flordelis assumiu que o usou por apenas esta vez.

A partir daí, esse procedimento passou a ser usado como objeto de chantagens e ameaças, onde a vida e a incolumidade física da pastora e das filhas foram pautadas.

Em 04/06, durante um encontro em sala especial com Flordelis para preparação do Júri que ocorreria naquela semana, essas ameaças foram descobertas.

Nossa orientação foi de que não deveria aceitar as chantagens, não fazer nenhum pagamento e sim denunciar as/os agentes públicos e as internas envolvidas nas ameaças e assédios. A pastora, com muito medo, se recusou a dar os nomes e permitir uma denúncia formal.

A despeito disso, a defesa procurou a diretora da unidade e, em função de sua ausência no dia, falou com a subdiretora, que nos comunicou que a Corregedoria da SEAP já teria sido acionada e que o problema seria sanado. Cobramos a abertura formal do PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que até aquele dia se encontrava irregular, não constando no sistema como era o correto, o que dias depois aconteceu sendo esta defesa notificada a acompanhar.

Tentamos ainda denunciar e acionar vários meios de imprensa.

Mas o que a defesa teve conhecimento apenas neste último mês é que essas ameaças acabaram levando a pastora a ceder ao medo e pedir a família que pagasse aos criminosos, no entanto estes, mesmo recebendo, aumentaram as ameaças de forma a impor que a pastora não voltasse da visita com a filha, na última semana, sem dinheiro ou iria “apanhar”, o que a levou a tentar entrar irregularmente com R$ 75 para fugir das represálias. Esse novo episódio é usado mais uma vez para a continuidade das chantagens.

De pleno conhecimento desses fatos e agora também com os nomes dos criminosos e outras provas do que aqui relata, a defesa tomou a iniciativa de acionar as autoridades competentes: Juiz Corregedor responsável pela Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, a Coordenadoria Responsável pelos Presídios Femininos, bem como a Polícia Civil do Estado, a fim de que tudo seja apurado.

A defesa tem em posse os nomes dos envolvidos, o Pix com o CPF de quem recebeu a propina, os comprovantes de depósito, prints com jornalistas trocados à época buscando que a imprensa noticiasse.

Ao contrário do que está exposto no dia de hoje e servindo como base para a acusação pedir duras medidas contra ela, a pastora Flordelis é vítima dessa trama e provará através dos canais competentes que mais uma vez é criminalizada e exposta por coisas que efetivamente não fez.”

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