Hugo Gloss

Professora arremessada de brinquedo em Olinda tem estado de saúde atualizado, e pai entra em choque após visita no hospital

Professora arremessada

Professora arremessada

A família da professora Dávine Muniz Cordeiro, arremessada de um brinquedo em Olinda, no Grande Recife, se manifestou sobre seu estado de saúde nesta quinta-feira (28). O acidente aconteceu no “Wave Swinger”, no parque de diversões Mirabilandia, e foi registrado por câmeras de segurança. Ao UOL, os parentes desabafaram sobre o trauma de todos com a tragédia e confirmaram que ela segue internada em estado grave.

A professora teve traumatismo craniano, perfuração no pulmão e fratura exposta no braço. De acordo com o relato, novos exames também investigam uma possível lesão na coluna. Ela passou por cirurgia na face e fez drenagem para retirar os coágulos do cérebro. “Ela chegou ao hospital com fratura exposta, trauma no pulmão e alguns problemas na face. Fez cirurgia na face e depois o pessoal da neurologia a levou para fazer a descompressão do cérebro e drenagem nos coágulos. Nas últimas 48 horas, ela apresentou uma melhora”, contou Ricardo Lima, tio de Dávine.

Ele revelou que os pais e o irmão da professora de inglês ainda não conseguiram visitá-la e também estão sendo medicados. “A família está descompensada. Estão emocionalmente destruídos, não dormem e precisam de remédios ao longo do dia”, afirmou. Segundo Ricardo, o pai ficou em choque na primeira tentativa de ver a filha e foi proibido de voltar ao hospital: “Ele veio na segunda à noite e, pela primeira vez depois do acidente, viu a filha de longe e ficou totalmente descompensado. Depois disso, está proibido de vir porque não tem condições emocionais”.

Dávine Muniz Cordeiro atua como como coordenadora pedagógica e, de acordo com o tio, sempre gostou de ir ao parque com os amigos. “Os amigos dela gostam dessa vibe. Pessoas jovens e tranquilas como ela, que gostam de curtir a vida e são extrovertidos”, explicou.

Conforme a publicação, a família busca um acordo com o parque de diversões Mirabilandia e pede que a vítima seja transferida para um hospital com mais suporte na área neurológica. Atualmente, ela está internada no Hospital da Restauração. “A família não tem exigência de hospital. Queremos um que tenha suporte neurológico, pois Dávine está com traumatismo craniano, está com um dreno na cabeça. E esse custo precisa ser arcado pelo parque”, disse a advogada Sandra Filizola.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Além da perícia no local, as autoridades também já ouviram Lorrayne Ferreira, que estava com a professora. A amiga disse que viu pessoas “pulando” do brinquedo após o acidente e não percebeu problemas na estrutura ou recebeu qualquer orientação do operador para travar as cadeiras do equipamento. “Queremos apuração rápida. O parque terá de arcar com a responsabilidade civil e penal”, completou a representante da família.

Brinquedo se soltou e acidentou a professora. (Foto: Reprodução/ Twitter)

Depoimento do engenheiro

Na terça-feira (26), o engenheiro Ely Gomes dos Santos, responsável pelo parque, negou que o acidente tenha sido causado por desgaste nas correntes. Em depoimento, segundo o g1, ele disse que cada corrente suportaria 250 quilos e considera que a possível causa tenha sido defeito de fabricação. “Uma falha numa corrente se dá por fadiga, o que não foi o caso; por carga excessiva, o que não foi o caso; e por defeito de fabricação. Provavelmente foi esta a causa do acidente. Mas temos que fazer testes, ensaios”, argumentou.

De acordo com Ely, que presta serviços ao Mirabilandia há 10 anos, o brinquedo foi produzido por uma fábrica italiana. Uma corrente com elo de 6 milímetros de diâmetro, seguramente, vai suportar aí, em números sem muita precisão, acima de 250 kg. Nós tínhamos quatro correntes, ou seja, suportaria uma carga superior a mil quilos“, explicou. “Nós estamos numa região onde a salinidade [do mar] ataca muito o aço carbono. Por isso, foram colocadas correntes de aço inox. E elas são mais seguras”, concluiu.

Relembre o caso

O acidente aconteceu na sexta-feira (22), em Olinda, Pernambuco. Nos vídeos que mostram o momento exato do acidente, é possível ouvir o barulho do impacto do assento ao cair no chão. No “Wave Swinger”, existem balanços presos por correntes a uma estrutura giratória que simula o movimento de uma onda. De acordo com a administração do parque, essas cadeiras chegam a subir até a altura de 12 metros. Uma delas acabou se soltando.

Um enfermeiro que estava no parque prestou os primeiros socorros. Duas adolescentes que esperavam na fila foram atingidas por destroços do balanço e também receberam atendimento. O estabelecimento isolou apenas a área do ocorrido e continuou funcionando normalmente.

Veja o vídeo abaixo [ Atenção! Imagens fortes]:

No dia do acidente, o parque se manifestou através de nota. Em comunicado enviado ao g1, eles lamentaram o ocorrido e afirmaram que suspenderam “preventivamente” as atividades do brinquedo para uma “revisão completa” do equipamento, que já passa por manutenções periódicas. A mulher recebeu atendimento imediato da equipe de brigadistas de plantão e foi levada ao hospital “com todo suporte necessário” do parque. Por fim, o estabelecimento falou que as causas estão sendo apuradas por uma equipe técnica e garantiu que está à disposição das autoridades para esclarecimentos.

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