Nesta semana, uma professora foi afastada da Escola Classe 8, no Distrito Federal, após ser gravada gritando com os alunos dentro da sala de aula. Segundo o g1, Marina Valente, mãe de um estudante com Transtorno do Espectro Autista, desconfiou após o menino de 11 anos apresentar alteração no comportamento.
Para o portal, a mãe relatou que a criança estava ansiosa, se recusando a ir para o colégio, escondendo os materiais escolares e repetindo frases como “menino chato” e “vai ficar de castigo”. “Meu filho começou a apresentar alterações comportamentais, demonstrações de crise de ansiedade na hora de ir para escola. Ele ficava se mordendo e se automutilando”, contou.
Para identificar o problema, Marina colocou um tablet escondido na mochila do filho, com o gravador de voz ligado. Após ouvir as seis horas de áudio, ela classificou o tratamento recebido pelos alunos como “violência psicológica”. “O tablet ficava dentro de um saquinho, enrolado em um casaco e dentro da mochila. Ainda sim, os gritos parecem que estão no ouvido. Imagina uma criança que é especial ouvindo essas gritarias”, explicou.
“Fala direito. Tá morto? Mexe a boca para falar. Assim, ó: ‘Eu estava em casa doente'”, diz a professora para um dos alunos, que tem dificuldade de comunicação. Em outro momento, a profissional afirma que as crianças “vão se ver com ela” se baterem nos colegas. Ela ainda ameaça os meninos ao falar que eles vão “ver o que é bom para tosse”. As crianças da turma de apenas 4 estudantes chegam a chorar em alguns momentos. Ouça:
Professora grita com alunos em escola no DF parte 1 pic.twitter.com/b9OmR7W8b4
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) July 5, 2023
Professora grita com alunos em escola no DF parte 2 pic.twitter.com/I7yf6uVBvQ
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) July 5, 2023
A mulher contou que procurou a escola. A diretora porém, informou que estava de mãos atadas, já que a professora é concursada. Com isso, Marina foi à Polícia Civil. “A partir da gravação desses áudios, verificamos que as crianças estavam sendo vítimas de violência psicológica. A professora responsável utiliza de comunicação agressiva, com base em ameaças e xingamentos”, relatou a mãe.
Para o Metrópoles, a mãe lamentou o tratamento com as crianças. “Ficavam as duas professoras conversando, e até coisas impróprias para a criança, e quando uma faz alguma coisa, elas gritam. Elas tratam as crianças como se fossem cadeiras. Meu filho está traumatizado, é meu filho único. A gente aqui em casa trata com tanto amor, com uma comunicação não agressiva, ele indo para escola e recebendo esse tratamento”, desabafou.
Segundo os agentes da 4ª Delegacia de Polícia, no Guará, a professora também registrou um boletim de ocorrência contra a família, já que a história foi exposta e fotos foram publicadas nas redes sociais. Por envolver crianças, o caso corre em sigilo. “A delegacia está apurando todos os fatos. Esperamos, o mais breve possível, mandar o caso ao Judiciário”, disse o delegado Anderson Espíndola.
De acordo com o Metrópoles, a docente prestou depoimento, alegando que é servidora concursada e lida com alunos especiais há quatro anos. No relato, ela afirmou que “manteve o melhor nível para com seus alunos”. Ela relatou que foi chamada de “incompetente e safada” após a repercussão.
A Secretaria de Educação está apurando as acusações. Segundo o órgão, a professora está afastada por licença médica e recebeu uma denúncia. A secretaria ressalta que caso os maus-tratos sejam confirmados, medidas cabíveis serão tomadas. Ainda de acordo com a instituição, um novo professor assumiu o cargo enquanto o caso é analisado pela Corregedoria.
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