Renato Cariani: PF conclui inquérito e indicia influenciador e mais dois por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth também constam como acusados pela Polícia Federal

A Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga o influenciador Renato Cariani. Segundo o g1 nesta terça-feira (30), ele e mais dois amigos foram indiciados pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A busca acerca do influenciador começou após uma operação apontar que a empresa Anidrol, da qual ele é sócio, estava envolvida no desvio de um produto químico usado no narcotráfico.

Todos respondem em liberdade, já que a investigação não pediu a prisão dos envolvidos. A conclusão da Polícia Federal foi encaminhada para o Ministério Público, que poderá ou não denunciar o trio pelos crimes. Caso a Justiça decida julgar o grupo e os três sejam condenados, eles podem ser punidos com prisão. Além do influenciador, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth também foram acusados.

A investigação apontou que o trio usou uma empresa química para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Os insumos, no entanto, eram desviados para a fabricação de cocaína e crack. Essas drogas abasteciam uma rede de tráfico internacional comandada por grandes facções, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Renato e Roseli aparecem como sócios da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., empresa para venda de produtos químicos em Diadema (SP). Segundo os policiais, eles teriam conhecimento e participavam diretamente do esquema. Interceptações telefônicas e trocas de mensagens, acessadas com autorização judicial, foram usadas como provas.

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Fabio é apontado como responsável por esquematizar o repasse dos insumos entre a Anidrol e o tráfico. De acordo com as autoridades, ele criou um e-mail falso em nome de um suposto funcionário de uma multinacional para conseguir dar seguimento ao plano. Anteriormente, ele já tinha sido investigado por tráfico de drogas em Minas Gerais e no Paraná. A produção teria sido desviada para a fabricação de entorpecentes entre 2014 e 2021.

Para justificar a saída dos produtos, a empresa emitiu cerca de 60 notas fiscais falsas e fez depósitos em nome de “laranjas”, usando irregularmente os nomes da AstraZeneca, LBS Laborasa e uma outra empresa não especificada. Durante os seis anos, foram desviadas cerca de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol.

Renato Cariani foi indicado pela pela PF. (Foto: Reprodução/ YouTube)

Histórico das investigações

As buscas começaram em 2022, após uma farmacêutica multinacional ter avisado a PF que foi notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela, com pagamento em dinheiro não declaradas. À época, a empresa afirmou que nunca fez a aquisição do produto, que não tinha esses fornecedores e que desconhecia os depositantes.

A polícia iniciou a investigação e identificou que, entre 2014 e 2021, o grupo emitiu e faturou notas em nome de três empresas de forma fraudulenta. As autoridades interrogaram Renato e os outros dois investigados, ainda em 2023. Durante a investigação, a PF chegou a pedir as prisões, mas a Justiça negou.

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A Polícia Federal revistou a mansão de Cariani no dia 12 de dezembro, durante a “Operação Hinsberg”, realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de SP e a Receita Federal. Assista ao momento:

Após a repercussão, Cariani usou as redes sociais para negar seu envolvimento no esquema. Ele alegou ter sido surpreendido pela operação e reforçou que a empresa tem uma “história linda e maravilhosa”. Renato destacou, ainda, que sua equipe jurídica tinha pedido acesso total ao processo, para que todos pudessem entender “o que consta na investigação”. Clique aqui para assistir.

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